segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Resenha: “Minha Vez de Brilhar” (Erin E. Moulton)



Tradução de Bianca Bold

Por Kleris: Que amorzinho de livro <3 Uma das leiturinhas mais amor deste ano!

Indie perdeu a irmã e melhor amiga Bibi para a adolescência e logo depois sua lagosta de estimação, Monty, em uma confusão na escola. Então ela fez um pedido às estrelas, de ser uma pessoa melhor para reaver esses pedacinhos de vida que ela vinha perdendo... Enquanto sai à caçada de Monty e tenta se reaproximar da irmã, Indie se vê em cenários maldosos do bullying e não deixa de perseguir seus sonhos. Acompanhada de Owen, garoto que conhece nos bastidores do teatro da peça de verão, a amizade vem a mostrar grandes lições sobre crescer, sobre respeitar o outro e sobre ser feliz à sua maneira.

Minha vez de brilhar nos coloca nas férias de verão com a peixólatra Indie, apaixonada por tudo que envolve os seres do mundo marinho. Essa sua paixão já fora algo que compartilhara com a irmã Bibi, mas que agora é motivo de chacota pela escola, encarada como a esquisitona que se deve ter distância. Mesmo perdendo a companhia de Bibi, então “crescida” demais para as brincadeiras juvenis de Indie, Indie não abandona o que ama para satisfazer o senso de ninguém. Mas quando perde Monty, sua lagosta de estimação, no mar após uma confusão, o coração da menina fica vulnerável. Ainda assim, a personalidade de Indie mostra que ingenuidade ou integridade não devem ser encaradas como fraquezas. Na verdade, pode ser o melhor que temos a oferecer em ambientes com pessoas tóxicas.

A amizade tem grande destaque do livro, que vem desde o ambiente familiar, o amor pelos animais, às descobertas das pessoas favoritas no mundo e o quanto podemos nos entregar a elas. É ao colocar a confiança em xeque que Erin nos leva para uma trama singela, mas extremamente relevante para o amadurecimento. Com certeza um livro que gostaria de ter lido em meus 10, 11, 12 anos, e ainda tão gostosinho em qualquer idade. 
Eu olho para ele, e ele olha para mim. Ele está com areia no cabelo, seus óculos estão meio de lado, e uma de suas mangas está encolhida, enquanto a outra está lugar onde deveria estar. Estamos numa tremedeira e uma bagunça só. Estamos cobertos de lama e areia e nos escondendo, encostados em um reboque, no meio da noite. Owen começa a rir primeiro, e depois eu entro na onda, porque a situação é simplesmente ridícula.

O toque juvenil, de grandes desejos pueris, espontâneos e sinceros, é o que com certeza faz o encanto acontecer. Com ares de Full House (a série), Erin tem uma escrita relaxada e fluída, que nos coloca exatamente no lugar da história e dos conflitos, e nos leva fácil para as aventuras, as fugas, as reflexões. 
Faço uma careta de peixe-lobo na janela, puxando a boca para baixo para formar uma grande linha de um lado para o outro do queixo. Esbugalho bem os olhos e puxo para baixo as sobrancelhas, na parte do meio, para baixo o máximo que eu consigo e acho que fica um ótimo sorriso de peixe-lobo. Bem ameaçador e nojento.
Indie. — Desvio a vista do meu reflexo e olho para minha irmã mais velha, Bibi, no assento à minha frente. — Pare com isso — diz ela pelo canto da boca. Bibi não gosta mais quando eu faço caretas de peixe, mas antes ela adorava. Agora ela está velha e experiente demais para esse tipo de coisa, e, sempre que faço, ela finge não me conhecer.Eu faço uma truta bocuda, porque é a careta que mais fazia Bibi rir, mas desta vez ela dá um grunhido e olha pela janela.
 
— Peixes, por favor, prometa-me perfeição. Perfeição.
— Você já é perfeita, Bi — disse eu.
Pensei no quanto ela sempre foi organizada e arrumada. Em como ela tinha tantos amigos e um sorriso perfeito. E como ela tinha uma voz que parecia sair direto do mar. Mas, enquanto eu a observava, ela apertava bem os olhos, e suas pálpebras tremiam com a força do pedido. Era um pedido sério de verdade. Como se ela nunca acreditasse, como se ela tivesse muito o que crescer. Olhei para as estrelas de novo e segurei meu pingente. 

Minha vez de brilhar é aquele livro que aperta, que aquece o coração, que cura ressacas. Já com saudades das caras de peixe de Indie, com certeza procurarei outros livros da autora. Recomendadíssssimo! 
O que importava era a diversão. É impossível não sorrir quando alguém faz uma careta de peixe para você. Bem, não é completamente impossível, mas é quase impossível. 
É aí que faço a coisa mais louca do mundo. Eu me levanto no meio do bosque e faço um barulho, meio risada, meio grito de guerra, direto para o céu da noite. Algo parecido com o que ouço nas músicas de Sloth o tempo todo.

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comentários

  1. Eu acredito que tudo que envolva amizade, crescimento e descobertas já é por si só, motivo para ser lido.
    Não conhecia o livro,mas é um conjunto bem completo: capa linda, título e claro, sinopse e resenha!
    Amo enredos assim e o livro já vai para a lista de desejados com certeza.
    Beijo

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Ana Liberato