Por Sheila: Oi pessoas! Como vocês estão? Trago a vocês hoje a resenha de um autor que - confesso! - se tornou um dos meus queridinhos desde que li "O Menino do Pijama Listrado" (já resenhado pelo blog aqui)
E já adianto que com esse livro não foi diferente! Nele vamos conhecer Ciryl Avery que, por ter nascido nos longínquos 1945, foi acolhido quase como um "projeto de caridade" por uma família em Dublin.
Sua mãe, grávida aos 16, foi expulsa do pequenos vilarejo onde cresceu quando sua condição foi descoberta e, já em Dublin, viu em Charles e Maude Avery a possibilidade de um futuro melhor para seu pequeno filho.
Mas se Avery cresceu tendo as facilidades daqueles que possuíam pouca preocupação com as coisas pequenas da vida, desfrutando de roupas, alimentação, estudos, faltou-lhe um lugar no coração do banqueiro e da escritora que o acolheram.
Eu aceitava que era somente uma criatura viva dividindo a casa com dois adultos na maior parte do tempo alheios um ao outro.
Como se não bastasse o vazio deixado por uma criação sem amor, Ciryl muito cedo descobre que seu interesse por meninos vai além das brincadeiras e amizade fraterna: Ciryl é homossexual, o que é punível com a morte na Irlanda, onde nossa trama se passa. Só isso, já serve para fazer com que Cyril lute contra seus anseios, mesmo que as vezes acabe cedendo.
Uma coisa era certa: aquilo tinha sido o fim. Não haveria mais homens, não haveria mais garotos. Só mulheres dali por diante. Eu ia ser como todo mundo. Eu ia ser um cara normal nem que isso me matasse.
Assim, vamos acompanhar Cyril em sua jornada de desespero e auto-sabotagem, na culpa por ser quem é, tentativa de esconder dos outros o que considera ser uma doença, uma abominação, e a realização de seus desejos, que o coloca em situações difíceis e, algumas vezes, extremadas.
A escrita de Boyne é impecável, vamos caminhar junto ao personagem principal e sentir com ele todas as angústias de Cyril, em sua peregrinação errática pela existência. Os outros personagens também são descritos com uma profundidade e zelo que estão sempre presentes nos livros de Boyne, o que o torna um dos meus escritores favoritos! As personagens femininas são fascinantes, e a própria mãe de Cyril irá reaparecer muitas vezes ainda na trama, influenciando o fio dos acontecimentos.
Além disso, consegue narrar este tema tão atual de uma forma tocante, expondo as mazelas oriundas do preconceito e da homofobia, fazendo com que a leitura, mesmo que em alguns momentos dramática e pesada, faça valer as algumas (ta, ok, confesso, foram muitas) lágrimas derramadas.
Preciso dizer que recomendo? Forte abraço e até a próxima!
Curta o Dear Book no Facebook
Siga o @dear_book no Twitter e o @dearbookbr no Insta
Confira os melhores preços no Buscapé! e ajude o blog a continuar crescendo:
Acredito que seja a primeira resenha que leio deste livro e também já por conhecer as letras do autor, adorei!
ResponderExcluirSão temas pesados, abandono, sexualidade, rejeição e o fato de ter que viver.
Vai para a lista de desejados com certeza e espero poder conferir.
Beijo