sexta-feira, 9 de março de 2018

Resenha: "O Senhor da Torre - Trilogia a Sombra do Corvo, Livro 2" (Anthony Ryan)

Tradução: Gabriel Oliva Brum

Por Sheila: Oi pessoas! Como estão? Eu ando meio cansada de sagas/trilogias, e tem vezes que me pergunto seriamente se vale a pena continuar investindo nesse tipo de leitura. 

Logo, é uma surpresa MUITO agradável me deparar com a Trilogia A Sombra do Corvo. O livro 1, "A Canção do Sangue" foi resenhado aqui e, lendo essa primeira resenha vocês já podem ter uma idéia do quão empolgada eu fiquei com a história de Anthony Ryan.

Como eu sempre aviso quando resenho continuações, alguns spoilers são inevitáveis então, se você não gosta de estragar a surpresa, recomendo que fique por aqui, pois pretendo começar pelo final do primeiro livro no próximo parágrafo, ok?

Ao final de "A Canção do Sangue" finalmente descobrimos por que o livro é intitulado desa forma; As chamadas "Trevas" na verdade são dons, que o próprio Vaelin possui, uma espécie de sexto sentido que o avisa sobre as coisas, e por mais que a guerra se mostre sangrenta - e, infelizmente, uma empreitada inútil concebida por um rei ambicioso demais - Vaelin teve que ir até o continente para encontrar outro "cantador" como ele.

Foi um choque descobrir que todo esse tempo o Irmão Barkus não era mais ele mesmo. Há criaturas, o que poderíamos talvez chamar de fantasmas, que tomam o corpo de pessoas que encontram-se no limiar da morte, apesar de que nesse primeiro livro ainda não fica claro qual o objetivo que os move. Apenas que, um deles, parece ser a morte de Vaelin.

Na praia do Império Alpirano, onde aguarda sua captura pela morte do Esperança, o ex-futuro rei, adorado pelo povo, Vaelin descobre que seguia um rei insano, numa guerra fadada ao fracasso. Sua Fé parece ser nada mais que uma ilusão, e a mulher que ama está indo em um navio desacordada para muito longe, acreditando que ele morreu lutando na guerra.

Numa narrativa que alterna passado e presente, "A Canção do Sangue" finaliza sua narrativa com o duelo entre Vaelin e o Escudo das Ilhas, numa jogada política que visava a libertação de Vaelin travestida de punição, dada a obviedade de seu sucesso sobre os piratas. Uma antiga dívida, contraída por seu pai ao queimar mulheres e crianças quando anda servia ao Rei Janus, que deveria ser paga com sangue.

"O Senhor da Torre" começará mais uma vez com o relato de Verniers que, impressionado com a narrativa do Matador do Esperança, resolveu partir para seu reino, apenas para ser capturado e virar escavo dentro de um navio, no cerco a um dos feudos do Reino.

Mais uma vez, a narrativa se dará entre presente e passado, com a diferença de que o passado da presente narrativa é o futuro da narrativa realizada em "A Canção do Sangue" (#confuso). A diferença é que a narrativa se desenrolará pela visão de quatro personagens distintos: Verniers, no presente, acompanhando o cerco; Vaelin, do ponto em que deixou as ilhas dos piratas e voltou ao Reino; A princesa Lyrna, também mais ou menos na época em que Vaelin está de retorno ao Reino. E o irmão Frentis, que terá um papel muito importante nos acontecimentos por vir.

Vamos encontrar um Vaelin mais velho, mais sábio, desiludido de sua Fé e relutante em aceitar o cargo que lhe oferecem, como Senhor da Torre dos confins do Norte, mas se dirigindo para lá mesmo assim pois é o que a canção do sangue lhe diz para fazer. À narrativa que acompanha Vaelin, se juntará sua irmã por parte de pai, e Reva, que acredita estar em uma missão santa para matar o Lâmina Negra e recuperar a espada de seu pai.

Ela endireitou a faca e posicionou a lâmina, preparada para atacar. A maioria dos homens conta tudo o que sabe quando tem uma faca no pescoço, dissera o sacerdote. Que o Pai do Mundo, que tudo vê e a tudo conhece em Seu amor, guie sua lâmina
Ela se lançou sobre o homem, movendo a faca na direção da garganta exposta ...
O  ar foi expelido de seus pulmões com uma velocidade dolorosa quando seu peito se chocou com algo duro. As botas dele, compreendeu ela, com um gemido. E, entã, ela estava no ar, arremessada pelo chute do homem, caindo de costas a uns bons três metros de distância (...)

Ela deu um último rosnado para o homem e virou-lhe as costas, pronta para correr para a escuridão ...

- Você tem os olhos do seu pai.
 Lyrna também parece ter mudado consideravelmente nos últimos cinco anos. Tendo que lidar com o peso das decisões que tomou há cinco anos atrás na guerra, está a caminho da nação Ionak para negociar a paz entre os dois povos, inimigos de longa data. No entanto, mais do que negociar a paz, Lyrna há muito tempo vem procurando por respostas.

Mesmo com seus muitos anos de estudo, investigações discretas  tortuosas referências cruzadas, Lyrna ainda não encontrara qualquer evidência. Procure no quadrante oeste pela história do homem caolho, dissera ele no dia em que roubara um beijo dela diante de toda a Feira de Verão. E ela Procurou.
Já o irmão Frentis, feito de escravo por um domínio que o fez embarcar em um navio quando estava em meio a batalha nas guerras Alpiranas, passará de objeto de entretenimento, o que foi nos últimos cinco anos, para escravo pessoal de o que ele supõe ser uma mulher, mas que não há como afirmar com certeza.

Aos poucos, as histórias vão convergindo, as respostas vão sendo fornecidas, e descobrimos que a verdade se esconde sob camadas e mais camadas de histórias, mitos, superstições, magia e boatos. Que a guerra do Rei Janus foi uma brincadeira de criança perto do que está por vir, e que uma trama, que data de séculos, e uma profecia há muito esquecida esta prestes a se concretizar.

"O Senhor da Torre" é uma continuação que não deixa nada a desejar ao primeiro livro e que, mais uma vez, tem uma escrita impecável, uma trama envolvente, personagens trabalhados de forma excelente e um final que nos faz gritar de ansiedade por sua continuação que, graças aos deuses, já foi publicada e espero ler e resenhar o quanto antes.

Apesar de ser uma aventura épica, algumas passagens foram tão emocionantes e cheias de significado que fiquei com a visão embaçada pelas lágrimas, coisa que não acontecia há muito tempo comigo. Acho que nem preciso dizer o quanto recomendo a leitura não é mesmo?

Abraços e até a próxima!


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comentários

  1. Como A Canção de Sangue está ali na minha estante me olhando, eu preferi ler a resenha deste segundo livro apenas por cima..rs
    Não iria entender muita coisa mesmo e quero as surpresas dessa saga, já que por tudo que li até agora é super positivo e como amo o gênero, estou na expectativa!
    Beijo

    ResponderExcluir

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Ana Liberato