'Se você observar com cuidado. Vai ver que a maioria dos sucessos instantanesis levou muito tempo para acontecer' (Steve Jobs)
Por Mari Diniz: Se
estiver procurando uma boa ficção, já adianto, Os Últimos Dias da Noite é uma
boa escolha. No cenário de uma Nova York de 1888, envolta no clima das grandes
invenções, a disputa entre dois grandes inventores torna-se a base principal para
o enredo do livro. Porém, a disputa que
para leigos poderia ser mais incompreensível do que interessante, é muito bem
explicada pelo fato de nosso personagem principal, também um leigo, ser o
advogado a defender um dos protagonistas da desavença.
Diferente
de alguns livros um pouco mais grossinhos, Os Últimos Dias da Noite não é um
livro que engatinha a dar um estimulo ao leitor, tão pouco engatinha quando
estamos mais para a metade da leitura. Em alguns momentos o livro pode parecer
um pouco mais lento, porém sempre há algum novo acontecimento na história para
voltar a leitura. Com um ritmo muito fomentador, a história é cheia de seus
altos e baixos e sacadas para quem não é advogado e muito menos cientista possa
entender e se entreter. A leitura não tem nenhuma dificuldade e até alguns
poucos termos científicos vão sendo desmistificados pelo fato do nosso narrador
contar a historia a partir do nosso leigo advogado.
Paul absorveu o que lhe fora dito. Como poderiam explicar tudo aquilo aos potenciais fregueses, sem exigir que cada um deles enfiasse as mãos num gerador CA? Ter um sistema melhor do que o de Edison de nada serviria caso não pudessem explicar ao publico porque era melhor. A realidade não valia nada; a percepção era o busílis. Edison tinha se dado conta disso antes deles. Enquanto Westinghouse usava as descobertas de Tesla para criar um produto superior, Edison partira para criar uma história superior.
Um
dos pontos mais interessantes do livro é a mistura entre a realidade e o que o
autor brilhantemente cria. Nas páginas finais do livro, há uma agradável
explicação de quem foram todos os personagens e que fatos que ocorreram no
livro são verdadeiros. A criatividade do autor em organizar fatos aleatórios
cronologicamente para que o desfecho do livro finalize a partir da sua criação
foi uma das coisas que mais me chamou atenção ao observar a obra como um todo.
O
livro tem outros detalhes que também adicionam outros pontos positivos, como
citações de grandes nomes no inicio de todos os capítulos, como Steve Jobs e
Bill Gates, além de um mapa que marca todos os pontos principais em que o livro
se passa. O nome do livro também é muito curioso, um dos primeiros motivos pelo
qual me interessei em lê-lo, por se tratar de uma corrida pela chegada da luz
elétrica nas cidades, e o teórico “fim da escuridão”.
‘Em Edison, os senhores têm um inimigo comum’, disse Paul.Westinghouse ignorou esse comentário ‘O que é que o senhor produz?’, ele perguntou.‘Pensamentos’, Tesla respondeu, como se falasse com uma criança. ‘Tenho pensamentos. E as coisas que imagino vão durar mais e ter mais efeitos nos próximos séculos que os seus brinquedos frágeis.’‘As muitas coisas que construí vão durar muito tempo’‘Não, sr. George Westinghouse. As construções são efêmeras. Só as ideias duram pra sempre.’
Há
até mesmo espaço para um pouco de romance, embora não seja um dos pontos
principais do livro. Paul se apaixona por uma cantora que surge como uma de
suas clientes e não se torna apenas uma companheira romântica para o
personagem, mas também se envolve no desenvolvimento principal da narrativa.
Recomendo
o livro pra quem gosta de história, quem gosta de disputas jurídicas, quem
gosta de uma ficção, ou pra quem procura uma boa leitura.
Que sentiria um homem criativo? Como seria viver suas descobertas, excitar-se com suas loucuras inventivas? Paul tentou imaginar o que um Edison, um Tesla, um Westinghouse poderiam sentir em um momento de pura inspiração... Mas ele não era capaz daquilo. Paul não inventava: ele resolvia. Os problemas chegavam à sua escrivaninha e ele os solucionava. Respondia a perguntas, corrigia erros. Se alguém lhe fizesse uma pergunta, ele era excepcionalmente bom em fornecer uma resposta. Porém, não era o tipo de pessoa apta a formular questões.
Até a próxima!
Mariana Diniz
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Mesmo não sendo muito um gênero que eu goste ou até entenda, gostei muito do que li acima. Até pela forma que você citou que o autor consegue trazer a história:para qualquer leigo entender!
ResponderExcluirE eu acho isso muito importante.
E no mais, tem indicações muito boas né?
Se tiver oportunidade, quero poder conferir!
Beijo