sexta-feira, 6 de abril de 2018

Resenha: "O Bazar dos Sonhos Ruins" (Stephen King)

Tradução: Regiane Winarski

Por Sheila: Oi pessoas! Como estão? Quem acompanha o blog já deve saber que eu sou uma Kingmaníaca de carteirinha! Alguns fãs do mestre não gostam muito dos livros de contos, preferindo os romances.

Aliás, King mesmo admite em alguns de seus livros que não se considera um bom contista, mas que estas são idéias boas demais para serem desperdiçadas, então ele as escreve mesmo assim. E, de minha parte, continue! Eu adoro a maioria dos contos (não todos, claro), mas mesmo assim, o saldo, para mim, é sempre positivo!

Com 20 contos e mais de 500 páginas, é um dos livros que entra fácil para minha lista de favoritos, principalmente por ser um dos livros de contos em que, praticamente gostei de todos!

Do terror ao horror, carrega desde seres sobrenaturais e inexplicáveis como iremos ver em Milha 81, que conta a história de uma van enlameada que literalmente come gente, até aqueles contos em que o monstro é o próprio ser humano, como em Moralidade.

Como são muitos contos vou separar para falar para vocês o que eu considerei o melhor conto da coletânea e o pior conto - Oscar e Framboesa - da coletânea O Bazar dos Sonhos Ruins.

Começando como o melhor: fãs da Torre, preparem-se! Em Ur, iremos encontrar muitas referências muito explícitas a nossa querida saga, quando um professor no departamento de inglês da Moore College, Wesley Smith, resolve "experimentar novas tecnologias" comprando um Kindle da Amazon por um motivo nada altruísta. Wesley estava com raiva.

Estou experimentando novas tecnologias, ele se imaginou dizendo. Ele gostou de como soava. Era totalmente moderno. 
E claro que gostava de pensar na reação de Ellen. Ele tinha parado de deixar mensagens no celular dela e tinha começado a evitar certos lugares (o Pit Stop, o Harry’s Pizza) onde podia esbarrar com ela, mas isso podia mudar. Obviamente, estou lendo no computador, assim como todo mundo era uma frase boa demais para desperdiçar. 
Depois de uma discussão com sua namorada Ellen Silverman, que resultou em um  término abrupto,  Wesley resolveu seguir ao pé da letra o que a ex-namorada sugeriu: aderir às novas tecnologias e ler no computador, como "todo mundo". E Wesley estava achando até bem interessante seu novo brinquedo (era assim que ele o chamava) não fossem por duas peculiaridades: 1) Seu Kindle, ao contrário de todos os outros comercializados, era rosa; 2) Em um submenu denominado "Ur", Wesley começa a encontrar o que parecem ser obras famosas de autores consagrados que não deveriam existir.
Estamos trabalhando nesses protótipos experimentais. Você os acha úteis? 
— Ah, não sei — disse Wesley. — O que são? 
O primeiro item do protótipo era REDE BÁSICA. Então, sim para a pergunta da internet. Aparentemente, o Kindle era bem mais computadorizado do que parecia a princípio. Ele olhou para as outras escolhas experimentais: download de música (um grande viva) e leitura em voz alta (o que poderia ser útil se ele fosse cego). Ele apertou o botão de virar página para ver se havia mais algum item. Havia um: Funções Ur.
Daí em diante, iremos embarcar nos dilemas de Wesley sobre o que fazer a respeito da suposta existência de múltiplas dimensões, onde haviam muitos livros desconhecidos nessa e, claro, outras funcionalidades de Ur que você precisará ler o livro para descobrir!

Um dos que menos gostei foi A Igreja de Ossos, que originalmente era uma poesia que contava uma história. Como o título já nos entrega, trata-se de uma igreja onde o sobrenatural mais uma vez ronda os personagens construídos por King.

O que me incomodou não foi a história em si, mas o seu formato. Talvez lendo-a no original, em inglês, fique um pouco menos cansativo de lê-la, como o foi em português. Não sei. Alguém ai que tenha lido em inglês? O que achou?

Mas, no geral, achei um livro muito bom, com várias histórias cheias de humor negro e das questões inusitadas, muitas vezes parecendo quase obra do acaso, bem como a presença de seres sem explicação, bem ao jeito Stephen King de escrever.

Recomendo!

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comentários

  1. Sou muito fã do Mestre King e amo contos. Então, este livro já está na lista de desejados tem um bom tempo.
    Só o Mestre tem esse poder de construir um livro onde ele não nos assusta simplesmente, mas sim, mexe com nosso psicológico.
    Espero poder ler o livro em breve.
    Beijo

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Ana Liberato