segunda-feira, 30 de julho de 2018

Resenha: "A Nuvem" (Neal Shusterman)


Tradução de Guilherme Miranda

Por Stephanie: O Ceifador foi uma das minhas melhores leituras de 2017 (e se tornou uma das favoritas da vida), então não tinha como não ficar com as expectativas nas alturas pela continuação, A Nuvem, lançada em maio de 2018 pela Editora Seguinte. Lembro que quando o livro chegou pra mim, eu quase dei um grito de tanta felicidade e obviamente passei a leitura na frente de todas as outras que estavam em andamento.

A sequência se inicia um ano depois do final do primeiro livro. A competição acabou, Rowan e Citra estão seguindo suas vidas, cada um com suas responsabilidades e seus desafios. No início, achei que o foco estava muito na Citra, fiquei vários capítulos esperando uma aparição de Rowan, mas em certo momento percebi que este segundo livro não seria mais sobre estes dois protagonistas. A história estava se expandindo.

Um ditador presunçoso permite que seus súditos culpem aqueles menos capazes de se defender pelos males do mundo. Uma rainha altiva permite massacres em nome de Deus. Um chefe de Estado arrogante permite todas as formas de ódio desde que alimentem sua ambição. E a triste verdade é que as pessoas engolem isso. A sociedade se devora e apodrece. A permissividade é o cadáver inchado da liberdade.

Acho que essa expansão era inevitável neste universo criado por Neal Shusterman, que ainda continua sendo um dos mais bem construídos que já tive a oportunidade ler. O autor continua levantando ótimos questionamentos, que neste livro vão além de temas como o sentido da vida ou de que maneira encaramos a morte. Em A Nuvem temos religião, propósito, relações familiares, o poder da Natureza, entre outros assuntos que por mais que já houvessem aparecido em O Ceifador, foram bem mais aprofundados nesse segundo livro. E a inclusão de trechos do ponto de vista da Nimbo-Cúmulo não foi nada menos do que incrível, além de essencial para o desenvolvimento da história.

Toda vez que testemunho um ato cruel de um ceifador corrupto, semeio nuvens em alguma parte do mundo e lamento em forma de chuva. É o mais próximo que consigo chegar de lágrimas.

O livro introduz alguns personagens novos, que inicialmente podem até parecer insignificantes, mas que aos poucos vão ganhando seu espaço e mostrando a que vieram. Como eu já disse, consegui perceber que A Nuvem não teria mais o mesmo foco, e por mais que isso tenha me incomodado um pouco, eu entendi a intenção de Shusterman e no fim das contas, gostei bastante do rumo que as coisas tomaram.

Assim como no primeiro livro, o autor conseguiu inserir várias reviravoltas na história, uma melhor do que a outra. Essa é uma das minhas coisas favoritas nesta trilogia: por mais que a gente espere que certas coisas aconteçam, a maneira que elas acontecem sempre é surpreendente e consegue nos pegar de surpresa. Minha vontade era de bater palmas a cada plot twist da obra.

O final de A Nuvem é sensacional; não sou muito fã de cliffhangers (acho que ninguém é), mas gostei do caminho que as coisas tomaram e estou empolgadíssima pra ver o que Neal Shusterman vai aprontar na continuação (e possível conclusão) dessa história tão extraordinária.

E então, tá esperando o quê para dar uma chance?

Até a próxima!

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sexta-feira, 27 de julho de 2018

Resenha: "Sob águas escuras" (Robert Bryndza)

Tradução: Marcelo Hauck

Por Sheila: Oi pessoas! Como estão? Tudo tranquilo? Hoje trago a vocês um romance policial cheio de suspense e aventura, com uma caçada que nos fará vibrar a cada reviravolta.

Sinopse:

“Puxado pelo peso das correntes, o corpo afundou rapidamente. Ela descansou ali, quieta e serena… durante muitos anos.”

Quando a Detetive Erika Foster vasculha, com sua equipe, um lago artificial nos arredores de Londres em busca de uma valiosa pista de um caso de narcóticos, ela encontra muito mais do que eles estavam procurando.

Do fundo do lago são recuperados dois pacotes: um deles contém 4 milhões de libras em heroína. O outro… o esqueleto de uma criança.

Os restos mortais são de Jessica Collins, uma garota desaparecida há 26 anos e que foi a principal manchete de todos os noticiários da época.

Erika, então, precisa revirar o passado e desenterrar os traumas da família Collins para descobrir mais sobre o trabalho de Amanda Baker, a detetive original do caso – uma mulher torturada pelo seu fracasso na busca por Jessica.

Muitos mistérios envolvem esse crime, e alguém que não quer que o caso seja resolvido fará de tudo para impedir que Erika Foster descubra a verdade.

O autor de A Garota No Gelo e Uma Sombra Na Escuridão nos presenteia com outra eletrizante aventura da Detetive Erika Foster.


A história começa no passado, quando duas pessoas são flagradas por um idoso jogando um pequeno embrulho dentro de um lago. Sim, só poderia ser um corpo o que continha aquele pacote e, por mais que ele não quisesse saber a respeito de histórias funestas como aquela, sua casa ficava muito perto, e assistiu a tudo o que acontecia.

O que eles não sabiam era que um idoso solitário vivia perto da pedreira em um chalé abandonado que quase havia sido engolido pelo matagal. Ele estava do lado de fora olhando para o céu e maravilhando-se com sua beleza quando o carro se aproximou da beirada e parou. Desconfiado, o velho se escondeu atrás dos arbustos e ficou observando. Com frequência, a garotada da região, viciados e casais em busca de emoção apareciam ali à noite e ele sempre conseguia afugentá-los.

Já nos dias atuais, somos levados ao mesmo lago, onde a detetive Erika Foster está com uma equipe de mergulhadores em busca de um lote de drogas que foi jogado neste mesmo lago. O que ela e sua equipe não contavam, era encontrar um outro pacote no fundo, um que continha restos mortais do que parecia ser uma criança.

Durante o trabalho forense, eles descobrem se tratar do corpo da pequena Jéssica Collins. Desaparecida a cerca de 26 anos, estava indo a um aniversário poucas casas adiante da sua, quando simplesmente desapareceu. Foi um caso de grande repercussão midiática na época, mas que encerrou-se sem que se tivessem pistas do seu paradeiro.

A van do patologista foi a primeira a ir embora da pedreira. O saco preto com os restos do corpo tinham uma aparência muito pequena quando foi carregado para o interior da parte de trás do veiculo. Apesar de seus anos na força policial, Erika estava abalada. Toda vez que fechava os olhos, via o minúsculo esqueleto com tufos de cabelo e órbitas oculares vazias. As perguntas continuavam martelando em sua cabeça. Quem desovaria uma criança na pedreira? Era algo relacionado a gangues? 

Agora, Erika, que está trabalhando na narcóticos, vê o caso como pessoal, e tenta de todas as formas assumir a investigação. Mas ela irá descobrir que o passado às vezes guarda esqueletos muito mais sombrios do que os de garotinhas encontradas em lagos, e que a verdade às vezes é dura e amarga demais. Afinal, há um preço por persegui-la, e Erika já teve que pagá-lo mais de uma vez. Conseguirá fazer isso de novo?

Eu descobri que Sob Águas Escuras é o terceiro livro da série Detetive Erika Foster. Apesar de todos serem histórias diferentes, e as informações relevantes serem rememoradas pelo autor, parece que não ler os outros faz com que não se entenda muito bem as motivações de alguns personagens, bem como algumas subtramas da vida particular da detetive.

Afora esse fato, o livro é uma leitura ágil, cheia de suspense e ação. A história em si também envolve emocionalmente, afinal, uma criança desaparecida que ressurge de forma tão macabra acaba despertando o paladino justiceiro que reside em cada um de nós.

Além disso, o autor acaba abordando como subtrama questões sociais relevantes, como homofobia, desigualdade de gênero, discriminação por raça, de uma forma que fica bastante condizente com a trama maior, não é nada forçado  numa tentativa desesperada de gerar "ibope", mas tudo muito pertinente.

Recomendo.



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quinta-feira, 26 de julho de 2018

[Cineclube]: Uma Quase Dupla





Cineclube é uma coluna semanal que tem como objetivo trazer para os leitores do Dear Book, críticas sobre filmes (do retrô até os últimos lançamentos), além de alguns especiais sobre temas do universo cinematográfico, passando eventualmente pelas séries que tocam nossos corações (seja por amor ou total aversão mesmo). Qualquer assunto da sétima arte que mereça ser discutido você vai ver por aqui, no Cineclube.






Titulo: Uma Quase Dupla
Data de lançamento (Brasil): 19 de julho de 2018
Diretor:  Marcus Baldini
Elenco principal: Tatá Werneck, Cauã Reymond, Louise Cardoso, Ary França, Alejandro Claveaux, Daniel Furlan, Augusto Madeira, Luciana Paes.
Gênero: Comédia


Quando uma série de assassinatos abala a bucólica rotina da cidade de Joinlândia, o calmo e pacato subdelegado Claudio (Cauã Reymond) recebe a ajuda da destemida e experiente investigadora Keyla (Tatá Werneck) nas investigações. No entanto, a diferença de ritmo e a falta de química dos dois só atrapalha a solução do misterioso caso.








Uma Quase Dupla, é uma comédia com um tema bem interessante. Em vez ser como diversas outra comédias que focam em romances, essa decide utilizar um tipo de história bem incomum de ser utilizada unida a comédia, que é o suspense policial. É bem visível quando o enredo foca no suspense policial, porque apesar de toda a graça entre os personagens, eles tentaram criar um mistério, com uma boa trilha sonora, e as cenas das cenas do crime foram levada bem a sério na elaboração.


A graça do filme está no elenco, majoritariamente na dupla principal, Tatá e Cauã, que tiveram uma ótima química e uma boa interação, mostrando dois personagens com características bem diferentes. O lado comédia ficou bem mais a cargo da atriz, que protagoniza as cenas mais loucas, e Cauã fica mais como a pessoa mais centrada, mesmo que as vezes ele também atitudes nada convencionais.


Particularmente, não sou muito atraída pro comédias que utilizam de atitudes sem noção, ou totalmente fora da realidade do que uma pessoa faria, então em algumas cenas, outros telespectadores riam e sou conseguia achar estranha. Mas acredito que isso tem muito mais relação com o gosto particular de cada um. Até porque muita gente acha a atriz Tatá Werneck muito engraçada, mas a mim, ela não convence muito. Quando a Cauã, gostei bastante da atuação dele.


O enredo do filme é legal, apesar de não ser muito inovador. Não trouxe muita surpresa no final, com a descoberta do assassino, mas como pano de fundo de uma comédia, tudo fluiu muito bem. É uma boa opção de filme, pra quem quer ir para o cinema dar algumas risadas, e não quer pensar muito.








Jayne Cordeiro é de Salvador-Bahia, e tem 26 anos. Enfermeira, com pós graduação em auditoria, sempre foi apaixonada por livros e filmes, e entrou no universo dos blogs em 2015, ao se tornar resenhista literária da página Maravilhosas Descobertas. Além disso, hoje ela também participa do blog O Clube da Meia Noite, como resenhista literária e esporadicamente na crítica de filmes. E agora faz parte do blog Dear Book com a nova coluna sobre filmes, Cineclube.

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segunda-feira, 23 de julho de 2018

Resenha: "Submissa" ( Maya Banks)

Tradução: Isabela Noronha

Por Ili Bandeira: Um livro que tinha tudo para dar certo, e que poderia surpreender nós leitores, foi simplesmente uma decepção literária. No início pensei que fosse um livro que não conseguiria largar, mas a realidade foi muito contrária, e quando achava que tinha visto suficiente, a autora consegue tornar tudo pior em uma simples página.


Submissa é o primeiro livro da trilogia "Enforcers",escrito pela autora Maya Banks.



Evangeline é uma mulher batalhadora ,vinda de uma família humilde de uma cidade do interior, ela decidiu deixar os seus sonhos, se privando de pequenas atitudes para ajudar seus pais financeiramente com o seu trabalho. ⠀

Agora ela jamais poderia imaginar a mudança que sua vida iria tomar, depois de ser humilhada pelo seu ex namorado, que só a usava. 



“Estava quase… bonita. Mas logo repreendeu-se por estar vivendo naquele mundo de fantasia para o qual havia sido sugada, e lembou a si mesma de que ainda era a mesma Evangeline comum de sempre. Roupas caras e jóias não iam, como um milagre, transformá-la em algo que não era, e era perigoso acreditar na fantasia, mesmo que apenas por um momento.”



Numa noite, ela se produz toda; fica simplesmente estonteante,parte para uma das mais boates mais badaladas de Nova Iorque, Impulse. Mas o que poderia ser uma noite para levantar seu astral, começa a virar um inferno, pois Evangeline acaba vendo o seu ex com outra, e ele nem pensa antes de humilhá-la de novo.

Por outro lado, conhecemos Drake Donovan, rico, dominador, proprietário da Impulse, garanhão que não fica com a mesma mulher por mais de duas noites, decidido a acabar com a confusão que estava acontecendo na pista com três clientes em sua boate naquela noite, Drake manda buscar Evangeline e levá-la até o seu escritório, para ter uma conversa com aquela mulher desconhecida que mexeu bastante com ele.


Assim que os dois se vêem a atração começa a surgir entre eles, Vangie  se vê completamente envolvida com aquele homem e não consegue simplesmente dizer não.

Depois deste momento, o livro fica sem noção. Enquanto lia a trama, ficava chocada,porque as coisas começam a se tornar absurdas com esses dois personagens, principalmente com Evangeline, que simplesmente aceita tudo como se fosse um robô e ele fosse seu "dono".

Drake acha que o universo gira em torno dele, manda nas pessoas do seu trabalho, manda em Evangeline, sua nova companheira,e ela simplesmente sorri e acena, como se o que tivesse fazendo fosse o correto. 

Minha vontade era de esganar essa mulher em quase todos as cenas do livro. 


Postagem publicada Originalmente no blog O Clube da Meia Noite


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sexta-feira, 20 de julho de 2018

Resenha: "Interferências" (Connie Willis)

Tradução: Viviane Diniz Lopes

Sinopse: Combinando humor e romance, Connie Willis, ícone da ficção científica, entrega um livro envolvente sobre os perigos da tecnologia, do excesso nas redes sociais e... do amor. Em um futuro não muito distante, um simples procedimento cirúrgico é capaz de aumentar a empatia entre os casais, e ele está cada vez mais na moda. Por isso, Briddey Flannigan fica contente quando seu namorado, Trent, sugere que eles façam a cirurgia antes de se casarem — a ideia é que eles desfrutem de uma conexão emocional ainda maior, e que o relacionamento fique ainda mais completo. Bem, essa é a ideia. Mas as coisas acabam não acontecendo como o planejado: Briddey acaba se conectando com outra pessoa, totalmente inesperada. Conforme a situação vai saindo do controle, Briddey percebe que nem sempre muita informação é o melhor, e que o amor — e a comunicação — são bem mais complicados do que ela esperava. Mais complicado do que ela esperava.

“Um dos livros de ficção científica mais divertidos dos últimos anos.”— Locus “Um conto de fadas tecnológico extremamente divertido.” — BookPage.

Fonte: Skoob

Por Eliel: Quem diria que com essa capa fofa teríamos uma ficção cientifica ao estilo Black Mirror? Pois é, e uma ficção cheia de humor para tratar de um avanço que sinceramente eu não quero que a tecnologia alcance: a telepatia.

Eis que surge a ideia de uma nova tecnologia que promete ampliar as sensações entre pessoas apaixonadas. Capaz de fazer que a pessoa amada sinta os seus sentimentos e dessa forma a relação entre vocês se estreite ainda mais. 

Com uma pegada de humor, Connie Willis, aborda um tema muito interessante para a nossa geração. O excesso de comunicação entre as pessoas através de aparelhos eletrônicos e redes sociais tem causado muitos problemas nas relações humanas. Está faltando mais olho no olho, mas é claro que essas tecnologias servem para melhorar nossa comunicação, é o excesso que é o problema. As respostas instantâneas têm aproximado quem está longe, mas quem está lado a lado acaba esquecido.

Briddey está apaixonada por Trent, o galã da empresa. Ele deseja que os dois se conectem ainda mais, então sugere uma pequena cirurgia que promete fazer exatamente isso. Na empresa não se fala de outra coisa nas rodas de fofoca. Exceto, como a Commspan irá derrubar o próximo lançamento de smartphone da Apple.

Trent está a frente desse projeto grandioso que é mantido em segredo, por isso anda tão preocupado. Mesmo com tantos afazeres ele está muito ansioso para se conectar logo com sua namorada, Briddey. Ela também está muito ansiosa, isso porque precisa manter isso em segredo da sua família irlandesa superprotetora e tradicional. Além disso, ela também têm muito trabalho para desenvolver novos conceitos e aplicativos para os produtos da empresa.

C. B. Schwartz é o gênio excêntrico por trás da Commspan, é ele quem desenvolve as ideias e produtos. Um gênio da informática e da comunicação que prefere se manter isolado em seu laboratório e longe de outras pessoas. É dele que Briddey precisa para adiantar o trabalho dela para que o final de semana esteja livre para realizar seu EDD, a cirurgia da empatia com Trent.

Entretanto, ao descobrir que ela fará essa cirurgia, C. B., tenta desesperadamente inibir essa ideia maluca. Ele mostra pesquisas, casos, um milhão de motivos para não fazer isso. Ele tem motivos muito fortes para não querer que Briddey se submeta a algo tão nocivo, na opinião dele.

Não adianta, ela faz a cirurgia e agora precisa enfrentar as consequências de seus atos. Por exemplo, após a cirurgia ela desenvolve uma ligação telepática justamente com C. B. ao invés de se conectar empaticamente com Trent.

Com muita relutância e nenhuma opção, Briddey aceita a ajuda de C. B. para lidar com esse problema antes que Trent descubra que seus planos deram errado. A partir daí se desenvolve uma relação fofa entre os dois lidando com as dificuldades de ter várias vozes em sua mente.

A premissa de ficção científica a la Black Mirror é ótima. Tem um grande plano de fundo que permeia a narrativa que faz críticas ao excesso de comunicação, mas não deixa de ser um romance com a típica fórmula do triângulo amoroso. Um livro grande (tem cerca de 400 páginas) com narrativa bem leve. Recomendo.

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quinta-feira, 19 de julho de 2018

[Cineclube]: Todo Dia





Cineclube é uma coluna semanal que tem como objetivo trazer para os leitores do Dear Book, críticas sobre filmes (do retrô até os últimos lançamentos), além de alguns especiais sobre temas do universo cinematográfico, passando eventualmente pelas séries que tocam nossos corações (seja por amor ou total aversão mesmo). Qualquer assunto da sétima arte que mereça ser discutido você vai ver por aqui, no Cineclube.







Titulo: Todo Dia
Data de lançamento (Brasil): 26 de julho de 2018
Diretor:  Michael Sucsy
Elenco principal: Angourie Rice, Justice Smith, Owen Teague, Maria Bello, Debby Ryan, Lucas Jade Zumann, Jacob Batalon e Colin Ford.
Gênero: Romance, Drama, Fantasia.


'Todo Dia' conta a história de Rhiannon, uma garota de 16 anos que se apaixona por uma alma misteriosa chamada "A" que habita um corpo diferente todos os dias. Sentindo uma conexão incomparável, Rhiannon e A trabalham todos os dias para encontrar um ao outro, sem saber o que ou quem o próximo dia irá reservar. Quanto mais os dois se apaixonam, mais as realidades de amar alguém que é uma pessoa diferente a cada 24 horas afeta eles, levando o casal a enfrentar a decisão mais difícil que eles já tiveram que tomar.



Todo Dia é uma adaptação do livro de David Levithan, que aqui no Brasil foi lançado pela editora Galera Record. Como a sinopse já diz, o casal principal tem uma história bem incomum. Um deles, o Ser chamado A, troca de corpo todos os dias, sem nunca repetir. Mas isso não impede que que os dois se apaixonem, e a questão é como eles podem viver esse amor com esse grande obstáculo no caminho. Posso começar dizendo que o filme trás uma ideia muito legal. Um romance entre duas pessoas que não seguem um esteriótipo. Na verdade, é um romance sobre como muitas vezes nos apaixonamos (e sempre devia ser assim) pelo que há no interior das pessoas, e o exterior é apenas um detalhe.


Assim sendo, o filme apresenta uma mensagem bem legal sobre diversidade e sobre a importância do interior das pessoas. É um filme doce, um romance sem muitas reviravoltas, com um elenco majoritariamente jovem, e de boa escolha ao meu ver. O personagem A, independente do corpo, é adorável e é difícil não se encantar com ele. Ele faz um casal bem fofinho com a protagonista Rhiannon. Achei interessante com além do romance, o encontro dela com A serve para mostrar a ela a importância das relações com outras pessoas e como as vezes aceitamos aquilo que não nos faz bem ou deixamos de lado pessoas importantes.


Gostei bastante da escolha da trilha sonora do filme. Tirando a presença de Pink, eram musicas desconhecidas para mim, mas que ajudaram muito a dar o tom do filme, e em alguns casos, o filme faz você querer pegar as musicas para você só porque a cena foi bem contagiante. Em relação a fotografia, eu achei tudo muito delicado e adequado. É preciso ficar claro que Todo Dia é um romance delicado e doce, com vários momentos divertidos também, que adorei, mas é um romance bem juvenil, sem grandes dramas ou questionamentos.


Não sei dizer se o filme seguiu o que há no livro, mas como obra separada, é uma boa opção para quem gosta ou busca uma história divertida, romântica e com um tema incomum. Vai haver que ache que o filme foi corrida demais em algumas coisas, mas questione algumas atitudes dos personagens, mas ainda assim, vai sentir que foi um bom momento que passou na frente da telona acompanhando o encontro desse casal bastante incomum.










Jayne Cordeiro é de Salvador-Bahia, e tem 26 anos. Enfermeira, com pós graduação em auditoria, sempre foi apaixonada por livros e filmes, e entrou no universo dos blogs em 2015, ao se tornar resenhista literária da página Maravilhosas Descobertas. Além disso, hoje ela também participa do blog O Clube da Meia Noite, como resenhista literária e esporadicamente na crítica de filmes. E agora faz parte do blog Dear Book com a nova coluna sobre filmes, Cineclube.


 Redes Sociais de Jayne:
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segunda-feira, 16 de julho de 2018

Resenha: O Livro do Bem – Gratidão (Ariane Freitas & Jessica Grecco)


Conheça as Indiretas do Bem

Por Kleris: Quando o livro chegou, eu não estava tendo uma boa semana (ou mês!). Tinha passado mal por alguma virose por uns dias, o que interferiu no meu sono, também estava chateada com algumas pessoas, enquanto tinha que conviver com outras estava metralhando negatividade pra todo lado. Meu rendimento caiu consideravelmente, minhas atividades estavam acumulando e isso tudo gerava muita culpa. Cansaço, frustração, mágoas e bads eram tudo que eu tinha. Como poderia ser ou estar grata?

Este é um livro especial, porque é sobre uma prática que vai mudar sua vida: a gratidão. É oportunidade de aprender a se conectar melhor com o mundo exterior e desenvolver sua atenção e sua respiração para que sua vida se torne mais leve. É, também, a chance de olhar com mais carinho para os momentos da sua vida e perceber o quanto ela é incrível – ainda que você, muitas vezes, deixe isso passar batido.

Este é um livro sobre tudo o que você sente e como reage a cada acontecimento vivido. E ele só estará pronto quando você preenchê-lo com sua rotina e as suas verdades. Será que você tem vivenciado a gratidão – não a palavra bonita, conhecida e adorada por tantas pessoas –, o sentimento real?

Pois é, fiquei apreensiva logo de cara, mas a curiosidade falou mais alto (ainda bem!). Baixei minhas expectativas, abri o livro. Quando dei conta, já estava imersa nas atividades. Até fiz umas dobraduras de origami! Pensei: é um livro de pequenos exercícios diários, então tenho que fazê-las mesmo que só pra experimentar e ver no que vai dar. Só fazer conforme vierem.



Engana-se quem acha que gratidão é sinônimo de felicidade e que para desfrutar dessa gratidão, é preciso estar no seu melhor momento. A proposta do #livrodagratidão é justamente desconstruir essa ideia e trazer o melhor de nós, de dentro pra fora. Como? Nos colocando a aceitar as sensações, validá-las e praticar o dinamismo das emoções, colocando tudo isso em perspectiva. É o que se poderia chamar de um potinho de sentimentos para os bons e maus dias, um potinho particular de amor que faz a gente se sentir bem com a gente mesmo e com o que possui.


A propósito, separe seu lápis, borracha, e ative o “modo busca” no departamento das memórias, que você vai precisar!

Mais que um livro de exercícios, o livro da gratidão é um livro de aprendizados – rápidos, diretos, incisivos. Ele só pede um pouquinho de atenção por dia, para te acompanhar por todo o ano (!) e retrabalhar nossas percepções (interior e exterior) das coisas (de si e do mundo). Quem curte escrever – e escrever em agendas/planners – vai curtir bastante, pois a maioria das atividades envolve escrita e autoconsciência. Se você é fã ou não de livros interativos, não importa na verdade, pois a proposta do livro não é testar conhecimentos, nem testar nossas resistências ou fazer anotações pela simples anotação. É mais voltado para você reconquistar a si mesmo; um resgate necessário.


Há, por exemplo, exercícios que listam nossos valores, qualidades, armaduras emocionais, coisas que gostamos... São coisas que na correria do dia a dia e no detrimento de nossos sentimentos, vamos deixando pra lá, sem perceber o quanto fazem diferença para nossa energia vital. Há também variados exercícios de respiração (AMEI ESSA PARTE) para achar o seu ideal, origami, playlists do bem, mensagens e palavras do bem, que vão fazer diferença num despertar pós momento obscuro. Estou até reconsiderando fazer meditação...



Dá, aliás, pra aliar certinho com a terapia (se você faz) – algumas coisas cruzaram com a minha e outras eu já fazia, o que acredito que vá ajudar mais ainda se você tem dúvidas sobre procurar um profissional. Por via das dúvidas, é um livro que joga a corda pra te trazer pra cima, e é definitivamente um livro para ficar muito tempo na sua cabeceira.



A mistura dos conteúdos é maravilhosa, ao modo passo a passo com práticas fáceis, e acho que posso dizer que as definições de potinho de âncoras* estão atualizadas. Trata-se assim de uma experiência que, quando realizada com regularidade, só traz a paz, segurança e serenidade tão procurada no mundão de hoje. O que me faz lembrar os livros da Brené Brown, sobre se sentir capaz, suficiente e merecedor de amor. Aliás, uma das coisas mais incríveis desse livro é que ele reflete bem o perfil (do insta!) de se cuidar um tantinho por dia. Foi algo excelente por parte das autoras e da editora. E por isso mesmo, já quero a coleção completa do bem <3



A vocês, leitores, um último recado: só vão, abram o livro, e deixem a magia do amor-próprio, da compaixão, da gratidão, acontecer.

*âncoras – algo que você foca para se manter bem ou algo que você gosta te faz sentir bem e é mantido por perto. Auxilia durante a meditação ou processos de relaxamento.

Tenham todos uma boa jornada!

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sexta-feira, 13 de julho de 2018

Resenha: "Reinado Imortal - A Queda dos Reinos, vol. 06" (Morgan Rhodes)

Tradução: Flávia Souto Maior

Por SheilaOi pessoas! Como estão? E chegamos ao final da série A Queda dos Reinos! Todos os outros cinco livros já foram resenhados aqui no Dear Book por euzinha que vos escreve!

Vou deixar para vocês os links das resenhas anteriores e, como eu sempre aviso, se você não leu os mesmos, a partir daqui, é inevitável que tenhamos alguns spoilers.


A Queda dos Reinos - vol 1.
A Primavera Rebelde - vol 2
A Ascensão das Trevas - vol 3
Maré Congelada - vol 4
Tempestade de Cristal - vol 5


E continuamos a partir daqui com Reinado Imortal. Só relembrando:


- A história se passa em Mítica, que é dividida em três reinos, Limeros, Paelsia e Auranos.

- Limeros e Paelsia são reinos em decadência, que veem em uma discussão entre jovens que acabou muito mal um motivo para invadir a próspera Auranos.

- O rei de Limeros, Gaius Damora, na verdade esta seguindo as orientações de uma Vigilante.

- Vigilantes são seres míticos que detém poder incomensurável, sendo que todos os passos do rei Gaius são na verdade uma forma de encobrir sua caça à Tétrade, que são quatro cristais que supostamente contém magia.

- A princesa Cleiona, unica sobrevivente da família à invasão de seu reino, Auranos, é obrigada a se casar com Magnus, príncipe de Limeros, afim de consolidar uma aliança política.

- Lúcia é a irmã adotiva por quem, Magnus, viveu muitos anos secretamente apaixonado, uma grande feiticeira que veio cumprir uma profecia.

- Jonas é um rebelde Paelsiano, que começa a história matando por vingança, e agora busca aliados para restaurar a justiça nos três reinos.

- Ioannes e Melenia eram vigilantes, e foram mortos ao fim de "Ascensão das Trevas". Ioannes era o tutor de Lúcia, por quem esta estava apaixonada; Melania era a vigilante que ajudava Gaius, mas que na verdade só queria libertar Kyan, deus do fogo, preso na pedra da Tétrade.

- Amara e Ashur são príncipes de Kraeshia que vieram a Mítica em busca da lenda da Tétrade. Ao fim de Tempestade de Cristal, Amara estava casada com Gaius, o Rei Sanguinário e Ashur desaparecido acusado de traição.

No fim de Tempestade de Cristal, Cleo e Magnus, que realizaram uma aliança improvável com o Rei Gaius, são traídos por sua avó que desde o início queria realizar um ritual para libertar os quatro deuses imortais da Tétadre. Para isso, escolheu quatro hospedeiros: A princesa Cleiona, seu amigo Nic, a Vigilante Olívia e o rebelde Taran. Como o Rei Gaius conseguiu matá-la antes do fim do ritual, este não se consolidou como deveria. Ficaram Cleo e Taran com os Deuses contidos em seus corpos, mas ainda no domínio de si; e Nic e Olívia tomados pelos Deuses, mas não de maneira completa.

Magnus havia sido preso por um antigo desafeto e enterrado vivo, para morrer lentamente. Já Jonas impediu que a profecia que previa a morte de Lúcia se concretizasse, ao emprestar um pouco de seu poder para ajudá-la a dar à luz a Lyssa, sua filha com Ioannes.

O livro 6 começa praticamente onde o anterior terminou. Vamos encontrar Jonas em uma pousada com a Princesa Lúcia e a pequena recém nascida Lyssa, ainda sem entender muito bem qual seu papel nisso tudo, já que as informações cedidas pelos vigilantes são sempre muito escassas. Ele só sabe de duas coisas: não deixou que uma antiga profecia se concretizasse, e que possui em si uma magia que não sabe como controlar.
Os cílios escuros de Lucia tremulavam. Ela abriu os olhos e encarou Jonas.
- Que... que droga eu acabei de ver? - Jonas perguntou com a voz grossa. - Foi apenas um sonho? Ou foi uma visão do futuro?
- Você estava dentro da minha cabeça - ela sussurrou. - Como isso é possível?
- Eu... não sei.
Enquanto Jonas precisa lidar com sua magia recém descoberta, Cleo tenta entender o que aconteceu com Magnus, e também tentando se adaptar ao fato de que agora há um elementia dentro de si, lutando para assumir o controle. No mal fadado ritual executado pela mãe do Rei Gaius, coube a Cleo ser o novo corpo do Elementia da água. Mas, contrariando o desfecho esperado, ela ainda continuava ali, assim como Taran.


- Como esta se sentindo? - Amara perguntou, hesitante. - Não vi você o dia todo.- Estou bem o suficiente. - Cleo fechou a mão esquerda, que agora tinha o desenho de duas linhas onduladas paralelas, o símbolo da água. A última pessoa que havia compartilhado a marca tinha sido uma deusa.Mas Cleo não se sentia uma deusa. Ela se sentia uma garota de dezessete anos que não tinha dormido nata na noite anterior  depois de acordar assustada de um sono extremamente realista em que estava se afogando.
Amara, quando percebe que nada mais foi que um joguete nas mãos de Kyan, o Elementia do fogo, resolve retornar a Kraeshia onde será coroada imperatriz. Seus sonhos em relação à Tétrade são abandonados, mas seu coração parece ter ficado para trás. Apesar de casada com o Rei Sanguinário foi uma relés criada quem conseguiu, de fato, conquistar seu coração.

Após um instante, Amara abriu os olhos. Seu estômago se revirou. Nerissa Florens estava caminhando em sua direção.
A ex-criada da imperatriz e espiã secreta rebelde em tempo integral - secreta, pelo menos ate muito recentemente - parou diante dela.
Mai uma pessoa que Amara deveria evitar. 

Era o desfecho esperado, mas tudo aconteceu muito rápido. Mortes, acertos de contas, amadurecimentos de pontos de vistas de personagens. Pareceu aqueles finais de temporada de séries que estão prestes a serem canceladas, e os produtores resolvem todos os conflitos em um único episódio. Infelizmente, isso fez com que algumas passagens ficassem um pouco forçadas e previsíveis, e aquele clímax, que permeou toda a saga, acontecesse muito pouco.

Mesmo assim, enquanto saga, é uma história maravilhosa, bem escrita, envolvente, cheia de reviravoltas, magia, romance, lutas sangrentas, perdas terríveis e vitórias sofridas. Afora essa "apressada" no final, recomendo muito!

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Ana Liberato