terça-feira, 30 de outubro de 2018

Especial de Halloween - Conto de "A Menina que Roubava Livros" (Markus Susak)


Minha autoria
Por Clarissa:

“18 de abril de 1944
O que está havendo com vocês?
Não estão vendo o que está ocorrendo?
Pessoas estão sendo mortas cruelmente.
Pessoas são levadas de suas famílias.
Seus pertences confiscados e vendidos por este homem sem escrúpulos e cruel.
Onde está mamãe?
Ouvi-a chorar e gritar de dor. Para onde levaram ela?
Por que ela não estava respirando? Ela estava tão magra!
Não come à dias para que eu possa comer.
Por que temos que ficar aqui?
Por que todos dormem uns sobre os outros?
Onde foi parar os cabelos das mulheres?
Por que bateram naquela outra garota?
Ela está muito machucada e não há remédios. Não há comida nem água.
Por que não nos dão cobertas para o frio?
Está nevando lá fora, mas na é mais engraçado rolar na neve. Não nos deixam brincar.
Levaram minhas bonecas.
Chamaram-me de criança suja e cretina. Disseram que as pessoas como nós, denigrem a população alemã.
Mas sei que na fizemos nada disso. Ou fizemos?
Por que nos odeiam tanto?
Outro dia levaram uma remessa de mulheres e crianças para um compartimento estranho.
Mandaram que todos tirassem as roupas, foram tomar banho?
Mas a água aqui é gelada. No inverno as pessoas estão morrendo pelo  frio.
Minha autoria
Por que aquelas pessoas não voltaram mais depois que entraram naquela câmara?
Deram às roupas delas para os novos amigos que chegaram. Por que eles choram tanto?
Me levaram para o banho também. E depois para aquela câmara. De repente vi um pequeno feixe de luz e jogaram alguma coisa aonde estávamos. Um cheiro horrível de gás começou a tomar conta do local.
Eu não conseguia respirar. Eu queria só sair dali e ficar com a mamãe de novo.
Por que estamos aqui?
E o banho? Por que não estamos vendo água?
Por que estão todos gritando?
Por que todos estão pedindo socorro? Por que não nos ajudam?
Os gritos pararam. E eu fui com a mamãe e os outros.”

Carta de uma meiga garota chamada Ingrid, meus eternos agradecimentos.

Minha autoria

Esta crônica foi feita pela minha amiga Ingrid. E me fez lembrar muito dos livros A menina que roubava livros e O menino do pijama listrado. E me fez imaginar como foi a destruição e os sofrimentos daquela época. O que as pessoas viveram nas Guerras Mundias, não sofreram somente pelos ataques aéreos, mas com as torturas, os trabalhos forçados que tinham muitos riscos de vida, e a prisão da liberdade, não podiam se expressar. Milhões de pessoas perdendo a vida injustamente, crianças perdendo suas infância por algo que mal sabiam.Na história de Markus Susak, quem narra o conto é a sabia e silenciosa Morte. Conta o que se passa em cada vida, seja as breves ou as longas vidas. Mas que levaram em suas vidas uma grande bagagem de delicadeza e brutalidade, perdas e glórias, amor e dor.
A mensagem deste livro é que devemos dar importância aos pequenos detalhes, aos momentos. Porque é isso que nos torna humanos.
Mas uma coisa é fato quando a morte conta uma história você deve parar para ler.

Para quem quiser conhecer melhor e ver suas lindas fotos, sigam a minha amiga Ingrid no instagram: https://instagram.com/winter_melancholy/

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segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Resenha: "Insano" (Andy Collins)


Sinopse: Gael Trent Malloy é o famoso vocalista da banda de rock Originals, depois de um trágico acidente no palco que o deixa impossibilitado de andar, o sexy vocalista tenta recuperar os movimentos com a ajuda dos seus amigos. O que ele não esperava era que, ao longo dessa jornada, seu caminho cruzasse com o de Hanna Daves. A doce pintora que consegue quebrar suas barreiras sem nem ao menos mover um músculo. Com ela, ele vai descobrir que suas limitações físicas são nada diante do que a consome.


Ele nunca quis ser a salvação de ninguém, até hoje.


Por Jayne Cordeiro: Já tive a chance de ler um livro da autora, que gostei muito, então não pensei duas vezes em ler Insano, que além disso, trás uma história envolvendo integrantes de uma banda. Que é um tipo de romance que eu adoro. 

... eu preciso dela. Preciso senti-la todos os dias pelo resto da minha maldita vida.

Gostei bastante do livro, e por diversos motivos. Achei bem interessante o fato de o protagonista Gael, ser um cantor de rock com todo o sexy appeal característico, mas nesse caso com uma deficiência física que muda bastante a dinâmica do casal. Mas a autora soube levar tudo de uma forma bem interessante, e foi bem legal de acompanhar. Gael é capaz de fazer qualquer leitora se apaixonar, apesar de algumas burradas que eles faz no decorrer do livro. E ele ainda apresenta um assunto interessante ao mostrar como alguém que sempre teve tudo, e dono de si, precisa lidar com ficar inválido em uma cadeira, dependendo dos outros.

Não quero apenas você, quero torná-la inacessível para qualquer outro.

Hannah também é uma personagem bem fácil de gostar. Ela é uma garota independente, alegre, e que sente um enorme prazer em ajudar os outros. Um dos plots do livro envolve principalmente ela. A forma como ela age em alguns momentos, abre um mistério que persegue o leitor durante boa parte do livro. Pensei em diversas coisas, mas acabei sendo surpreendida no final. O que foi muito bom.

Subir? Você está me tratando como uma criança, Gael. Não sou sua propriedade, você não manda em mim.

O livro flui de maneira bem dinâmica, cheia de momentos românticos, e ótimas cenas quentes. A história consegue prender o leitor todo o momento, e funciona como uma ótima abertura para a série The Originals, que trás livros focados nos integrantes da banda. Alguns já lançados. Para quem gosta do gênero de romances eróticos, Insano é uma ótima opção de leitura, que consegue se encaixar nesse universo musical comum a alguns livros, mas também consegue inovar ao trazer um protagonista deficiente. 

As asas nas costas, eram de um anjo sombrio. Mas, mesmo com esse lado obscuro, Gael era apenas o meu anjo.

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sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Resenha: "Querido Mundo" (Bana Alabed)

Tradução: Claudia Gerpe Duarte


Sinopse: Aos 3 anos de idade, Bana Alabed tinha uma infância feliz que foi interrompida abruptamente por uma guerra civil. Durante os quatro anos seguintes, Bana viveu em meio a bombardeios, destruição e medo. Sua provação angustiante culminou em um cerco brutal em que ela, seus pais e os dois irmãos mais novos ficaram presos em Aleppo, com pouco acesso a comida, água, medicamentos e outras necessidades básicas. Com o potencial revolucionário da Internet, Bana, em um gesto simples, mas inédito, usou o Twitter para pedir paz e mobilizar pessoas ao redor do mundo pelo mesmo intuito. Contendo palavras da própria Bana e cartas comoventes de sua mãe, Fatemah, Querido Mundo não é apenas um relato envolvente de uma família ameaçada pela guerra — o livro oferece, também, uma perspectiva única sobre uma das maiores crises humanitárias da história, vista pelos olhos de uma criança. Bana perdeu sua melhor amiga, a escola onde estudava e seu lar. Mas não perdeu a esperança — com relação a si mesma e às outras crianças ao redor do mundo, vítimas e refugiadas de guerra que são dignas de vidas melhores.

Por Jayne Cordeiro: Foi pela sorte de um sorteio que este pequeno livro (com um pouco mais de 150 páginas) veio parar em minhas mãos. Eu, que nunca tinha ouvido falar de Alana Alabed, mas tinha ouvido sim, sobre o sofrimento de milhares de pessoas que estavam vivendo em uma Síria destruída pela guerra. Foi por curiosidade que parei para ler um livro que foi escrito em sua grande maioria por uma menina de 8 anos, mas que tinha tanta história para contar.

Quando a primeira grande bomba caiu, eu não entendi o que tinha acontecido. Era apenas um dia comum; eu estava com Mohamed na casa de Nana Samar e do vovô Malek... Foi o barulho mais alto que eu já tinha ouvido na minha vida, um barulho tão grande que eu pude senti-lo no corpo, não apenas ouvi-lo. O som e a surpresa fizeram meu corpo parecer gelatina.

Querido Mundo, é um livro que trás uma dinâmica bem interessante. Bana, a autora, conta para nós o que vivenciou e ouviu falar sobre o período em que viveu na Síria antes e depois da guerra ter estourado por lá. Falando diretamente com o leitor, nos encantamos pelo o que acompanhamos através dos olhos e pensamentos, de uma menina tão nova, mas que precisa amadurecer cedo, ao conviver com uma situação tão delicada e tensa quanto uma guerra. Vemos  como todo um conjunto de vidas, costumes e lugares são devastados e modificados em questão de segundos por decisão de pessoas que não parecem estar preocupadas com outras pessoas. 

Eu não tive permissão para estar lá quando o médico tirou o bebê, mas a Nana e o vovô me levaram ao hospital para ver a mamãe no dia seguinte. Ela parecida doente, mas estava sorrindo. Ela estava segurando um cobertor que parecia enrolado em volta de um pão de forma. Mas não era um pão - era o bebê. Surpresa: era um menino. De novo. 

É meio óbvio dizer que o leitor vai se emocionar em alguns momentos, principalmente nas cartas que a mãe de Bana escreve direcionada a ela, em que vemos um pouco do ponto de vista de uma mãe que precisa proteger o filhos fisicamente e emocionalmente durante um conflito. Então, pode ser que você derrame algumas lágrimas. Mas é um livro que também vai te fazer sorrir, e te passar mensagens muito importantes sobre o que significa um Lar, a importância da família, e da solidariedade, nos momentos em que precisamos de toda a força possível.

Se é possível ter algum consolo, é que essa lição e outras que você aprendeu na guerra tenham fortalecido seu caráter e lhe conferido novas perspectivas. Acredito que suas experiências, por mais que eu possa ter desejado poupá-la delas, a tornaram mais generosa e grata, ponderada e tolerante. Porque você viu a alternativa. Você viu o pior, e expressou o que tem de melhor. E isso é alguma coisa, Bana. Isso é tudo.

Trata-se de uma  lição de vida, sobre como somos capazes de sobreviver as mais diversas situações, e como nós todos podemos fazer a diferença na busca por um mundo melhor. Querido Mundo é uma história real, sobre uma menininha que usou uma rede social - @AlabedBana - para mostrar ao mundo o que estava acontecendo no país dela, e fazer um apelo por Paz. O livro é encantador, emocionante e uma leitura fluida, quando você vai ver, já está nas últimas páginas. É uma história que deve ser indicada para todo mundo. Espero que vocês gostem.

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quinta-feira, 25 de outubro de 2018

[Cineclube]: Megatubarão






Cineclube é uma coluna semanal que tem como objetivo trazer para os leitores do Dear Book, críticas sobre filmes (do retrô até os últimos lançamentos), além de alguns especiais sobre temas do universo cinematográfico, passando eventualmente pelas séries que tocam nossos corações (seja por amor ou total aversão mesmo). Qualquer assunto da sétima arte que mereça ser discutido você vai ver por aqui, no Cineclube.




Titulo: Megatubarão
Data de lançamento (Brasil): 09 de agosto de 2018
Diretor: Jon Turteltaub
Elenco principal: Jason Statham, Bingbing Li, Rainn Wilson, Cliff Curtis, Winston Chao, Ruby Rose, Page Kennedy, Robert Taylor 
Gênero: Suspense, Ação.


Na fossa mais profunda do Oceano Pacífico, a tripulação de um submarino fica presa dentro do local após ser atacada por uma criatura pré-histórica que se achava estar extinta, um tubarão de mais de 20 metros de comprimento, o Megalodon. Para salvá-los, oceanógrafo chinês (Winston Chao) contrata Jonas Taylor (Jason Statham), um mergulhador especializado em resgates em água profundas que já encontrou com a criatura anteriormente


Temos aqui um filme que trás a temática de tubarão, um pouco diferente do comum. Na verdade, os filmes desse estilo já puxam um pouco para o exagero, já que eles precisam tornar a história mais atrativa, e para isso eles mudam um pouco o conceito do tubarão real. Nesse caso, tudo é elevado ao máximo, e com uma boa justificativa. Trazemos aqui um tubarão pré histórico, com um tamanho enorme, e por isso capaz de causar mais estrago do que qualquer outro tubarão na história já pode fazer.



Mas no geral, o filme não apresenta nada de muito diferente, em termo de desenvolvimento. No final das contas, parece igual a todos os outros filmes de tubarão que vemos por ai. É uma boa diversão para a família? Sim, com certeza. Ele consegue causar bastante espanto com o tamanho do tubarão, e a história prende o telespectador. Como entretenimento, ele cumpre exatamente seu papel.



Nos efeitos especiais, eles conseguem realizar um bom trabalho, e eles aproveitam bem o ambiente mais escuro do fundo do mar, para poupar em efeitos e ainda sim, dar um clima mais tenso ao filme. Jason Statham está em um filme que pra mim, parece ser bem diferente do que ele costuma participar. Não espere cenas de ação envolvendo lutas e tiros, como costumamos ver ele nas telonas. Como eu já comentei, Megatubarão é um bom filme de aventura, sendo uma ótima diversão para a galera. Não trás uma história profunda, mas não é esse o ponto do filme. Acredito que vai divertir a todas as idades.





Jayne Cordeiro é de Salvador-Bahia, e tem 26 anos. Enfermeira, com pós graduação em auditoria, sempre foi apaixonada por livros e filmes, e entrou no universo dos blogs em 2015, ao se tornar resenhista literária da página Maravilhosas Descobertas. Além disso, hoje ela também participa do blog O Clube da Meia Noite, como resenhista literária e esporadicamente na crítica de filmes. E agora faz parte do blog Dear Book com a nova coluna sobre filmes, Cineclube.


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Até o próximo Cineclube!
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segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Resenha: “A louca dos gatos” (Sarah Andersen)

Tradução: André Czarnobai



Por Kleris: Ela está de volta com muito mais quadrinhos, tragédias, dilemas e loucuras gargalhantes <3 E nada como uma pausa só pra rir da nossa --desgraça-- vida cotidiana! Sarah tem um humor sagaz que é impossível não nos arrebatar. REPRESENTA é nossa impressão imediata, o que a torna essencial para os milleniuns – entende quem é um.

E NÃO HÁ MEME SUFICIENTE PRA EXPRESSAR TODOS OS RISOS E/OU GRITOS QUE DEI.

A louca dos gatos é, como os outros sucessos (Ninguém vira adulto de verdade e Bolota molenga e feliz), um compilado de tirinhas. Enquanto o primeiro volume traz algo como “momento de reconhecer realidades”, o segundo inovou ao trazer uma das grandes questões da geração do milênio – a dificuldade em sair da zona de conforto. Já neste terceiro, seguindo a vibe de vida real, Sarah traz experiências corajosas sobre jornadas, como é se jogar no desconhecido, ir além do desespero e ansiedades e mostrar o que está do outro lado de nossos receios: as conquistas!



 



Não é preciso ter lido os anteriores para compreender este último, mas é interessante que há uma linha de progressão sim. É o que podemos ver pelo próprio título – Sarah, como conhecemos no volume 2, não é nada fã de gatos, porque tinha referências de que eram animais pouco sociáveis, porém, após ter que ficar uma temporada com uma gatinha, não queria mais devolver à dona (que era sua mãe), totalmente rendida aos encantos mais banais que os gatos podem nos proporcionar como não amá-los?








A louca dos gatos é justo sobre você se lançar em algo que tem dificuldade em fazer, mas tentar, nem que seja aos poucos, e assim sair da zona de conforto, ver o que há do outro lado, que pode ser muito legal. Experimentar e se expor são grandes marcos nesse livro. À sua maneira, Sarah injeta uma motivação que, pelo que hoje vemos, é bem necessária – principalmente se você lida com algo criativo. Precisamos de mais ação diante de tantos sabotadores. Nesse sentido, a autora reflete bastante sobre saúde mental, talentos, comportamento e como a gente se reconhece perante esse momento de problematizações.







 

Problematizar, aliás, é bem aquele CAMINHO SEM VOLTA, né não? Uma pílula vermelha cedida pelo Morpheu.

Para uma pessoa “fechada”, como conhecemos Sarah lá no volume um, com tantos receios, mas igualmente talentosa, aqui vemos que ela está cada vez mais “aberta”, tanto pelos temas que aborda, quanto pelos relatos que agregam muito mais experiências. Naturalmente, ela retrata muito do universo feminino (claro), então pode ter certeza que nossas inseguranças, inconveniências e problemas sociais saltam das páginas. Aliás, o útero é um vilão que nos ensina demais sobre a capacidade de viver “apesar de”. Ou pelo menos de justificar porque sempre somos múltiplos sentimentos.  






A edição é semelhante aos outros livros, de capa dura, folhas durinhas, totalmente colecionável. Ter Sarah na nossa estante é ter alguém que nos compreende, ser alguém que a entende e rirmos todos pelas doidices que passamos. Realmente, não estamos sozinhos nem nas maiores loucuras que passa por nossas cabeças.




JÁ PODE VIR MAIS LIVROS, PORQUE QUERO MAIS LIVROS E SENTIR TUDO EM CAPSLOCK, PORQUE É ASSIM QUE NOSSO ÂMAGO SALTA QUANDO SE ESTÁ DIANTE DO TRABALHO DA SARAH <3

Recomendadíssssimo!

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sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Resenha: "Outsider" (Stephen King)

Tradução: Regiane Winarski

Por Sheila: Oi pessoas! Quem já me conhece sabe que eu sou super, Hiper, MEGA fã dos livros do Stephen King. Assim é sempre com um pouco de receio que acolho um novo exemplar do mestre na estante. "Como assim?" alguns perguntarão. Bom, ele escreve muito bem, mas não são todos os livros que eu adoro não.

A verdade é que, depois de ler A Torre Negra, as vezes da um certo medo de que ele tenha alcançado todo o seu potencial, e que não exista outra obra que atinja o mesmo patamar. Bom e, para ser bem sincera, até o momento não houve não. Mesmo assim tenho gostado muito dos novos livros lançados pelo King.

Eu ando me recusando a ler as sinopses dos livros também. Parece que ela tem entregado demais das histórias, fazendo com que a leitura só comece a ser realmente um mistério lá pela metade do livro.

Assim, fiquei completamente corroída pela dúvida quando fui apresentada a Terry Maitland, professor de inglês, treinador de beisebol da Liga Infantil, e possível responsável pelo brutal assassinato de uma criança de apenas 11 anos.

Depoimento do sr. Jonathan Ritz (10 de julho, 21h30, interrogado pelo detetive Ralph Anderson) 
Detetive Anderson: Sei que está abalado, sr. Ritz, é compreensível, mas preciso saber exatamente o que você viu esta noite. 
Ritz: Nunca vou conseguir tirar da cabeça. Nunca. Acho que preciso de um remédio. Talvez um Valium. Eu nunca tomei nada assim, mas preciso de um agora. Meu coração parece que ainda está na garganta. Avise ao pessoal da perícia que, se encontrarem vômito no local, e acho que vão encontrar, é meu. E não tenho vergonha de admitir. Qualquer um teria colocado o jantar pra fora se visse uma coisa daquelas. 
E realmente a cena que o Sr Ritz encontra é chocante, para se dizer o mínimo. Uma criança com a garganta cortada, sodomizada, com todos os sinais de ter sido atacada de forma brutal pelo que só poderia ser chamado de monstro. Mesmo os policiais com mais tempo na cidade nunca haviam visto um ataque  tão chocante, principalmente por se tratar de uma criança tão conhecida na comunidade.

Assim, é com um sentimento de solidariedade que acompanhamos o Detetive Anderson e seus dois colegas efetuando a prisão pública e amplamente acompanhada por um milhar de pessoas de Terry, o lobo em pele de cordeiro que parece não ter feito NADA para esconder os vestígios do que fez.

O caso parece muito sólido. Há testemunhas, em número superior a três, que o viram não só com o menino, mas com a roupa ensanguentada após o ato hediondo. Há digitais de Terry na van descrita como a que levou a vítima. Há sêmen no garotinho, e um laudo médico atestando que o DNA indiscutivelmente é de Terry.

E, mesmo com isso tudo, o Detetive Anderson tem dúvidas. E, o que era muito, muito sólido, parece se tornar mais fino do que qualquer pedaço de papel em suas mãos, cansadas ja de toda essa história sórdida e nojenta.


Ralph queria ficar sozinho. Queria tentar entender o que antes parecera tão simples e agora parecia uma merda colossal. Ele se levantou. Bill Samuels colocou o iPad de volta na pasta e se levantou ao lado dele.
—Acho que podemos perder o emprego por causa disso, Ralph. E se Maitland se safar dessa, ele vai nos processar. Você sabe que sim.
—Vá ao seu piquenique. Coma uns sanduíches. Ainda não acabou. Samuels saiu da sala na frente, e alguma coisa no andar dele, os ombros murchos, a pasta batendo no joelho, irritou o detetive. —Bill? Samuels se virou.
 —Uma criança desta cidade foi cruelmente estuprada. Antes ou depois disso, pode ter sido morta a dentadas. Ainda estou tentando entender isso. Você acha que os pais dele ligam se vamos perder o emprego ou se a cidade vai ser processada? Samuels não respondeu, só atravessou a sala vazia e saiu no sol da manhã. 
E é neste ponto que a dúvida passa a corroer não só a Ralph mas a nós, leitores, também. Quem é Terry Maitland? Um pobre coitado preso em uma situação muito difícil  envolvido em uma situação sobrenatural além da imaginação? Um monstro ardiloso que planejou tudo nos mínimos detalhes e agora ri das tentativas da polícia em incriminá-lo? Um monstro que tem a seu favor ser responsável pela situação sobrenatural?

Vamos descobrir isso só lá pelo meio do livro (e, claro que eu não vou contar para você, caro leitor, se não onde estaria a graça?) e o livro vira uma caçada que envolve a nossa querida Holly da trilogia Bill Hodges (Mr Mercedes, Achados e Perdidos e Último turno) mas CUIDADO vão haver spoilers da trilogia, se você não leu seria interessante ler ANTES.

No mais, um livro espetacularmente escrito, tenso, com algumas reviravoltas e com aquele jeitinho que só mesmo o King possui de explicar tudo sem explicar nada, mexer com nossa cabeça, reavivar antigos medos soterrados e, claro, nos entreter e encantar como ninguém. Super Recomendo.

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

[Cineclube]: Venom





Cineclube é uma coluna semanal que tem como objetivo trazer para os leitores do Dear Book, críticas sobre filmes (do retrô até os últimos lançamentos), além de alguns especiais sobre temas do universo cinematográfico, passando eventualmente pelas séries que tocam nossos corações (seja por amor ou total aversão mesmo). Qualquer assunto da sétima arte que mereça ser discutido você vai ver por aqui, no Cineclube.





Titulo: Venom
Data de lançamento (Brasil): 04 de outubro de 2018
Diretor: Ruben Fleischer
Elenco principal: Tom Hardy, Michelle Williams, Riz Ahmed, Reid Scott, Scott Haze, Jenny Slate, Michelle Lee e Wayne Pére
Gênero: Ficção Científica, Ação

Eddie Brock (Tom Hardy) é um jornalista investigativo, que tem um quadro próprio em uma emissora local. Um dia, ele é escalado para entrevistar Carlton Drake (Riz Ahmed), o criador da Fundação Vida, que tem investido bastante em missões espaciais de forma a encontrar possíveis usos medicinais para a humanidade. Após acessar um documento sigiloso enviado à sua namorada, a advogada Anne Weying (Michelle Williams), Brock descobre que Drake tem feito experimentos científicos em humanos. Ele resolve denunciar esta situação durante a entrevista, o que faz com que seja demitido. Seis meses depois, o ainda desempregado Brock é procurado pela dra. Dora Skirth (Jenny Slate) com uma denúncia: Drake estaria usando simbiontes alienígenas em testes com humanos, muitos deles mortos como cobaias.


Venom é um filme de super herói, que não trás realmente um super herói. A ideia é apresentar um personagem de índole duvidosa, desbocada, mas que também sabe fazer escolhas mais altruístas.  É um filme entrega um bom produto do gênero, mas que é apenas isso. Isso é ruim? De forma nenhuma. Nem todo filme tem que vir com uma mensagem por trás, uma história complexa, a resposta para algum pensamento filosófico. Alguns filmes são lançados para divertir, entreter, e Venom é exatamente isso.


O filme já te trás um protagonista (Eddie) que fala e faz o que quer, e que tem uma resposta afiada para tudo. E é ainda mais interessante assistir como ele se relaciona com o próprio Venom, que também é do mesmo jeito, só que poderoso e sem nenhum senso de certo ou errado. Essa interação dos dois leva o telespectador a dar risadas e se divertir. As cenas de ação ficaram muito boas, pois souberam utilizar bem as habilidades de Venom, colocando o protagonista humano no meio de tudo o que acontecia.


Chegaram a me falar sobre como os efeitos especiais de Venom ficaram tão bons, quando relacionados ao simbionte, mas para mim ficou  tudo bem satisfatória. Esperava alguma coisa mais tosca, mas tudo ficou em um bom patamar, e não acho que há muitas queixas em relação a os efeitos.


Quanto ao roteiro, gostei de como o filme aprofundou na vida de Eddie antes de ele conhecer Venom. Assim, fica bem mais legal, quando Venom entra, e acaba mudando a vida de Eddie, e acrescentando, independente dos problemas que tenha causado também. A história também é boa, sem grandes reviravoltas, mas consegue ser uma história de heroi com o que é essencial. Para o público que tem acompanhado os filmes da Marvel, não haverá decepção com Venom. Apesar de ter um tom mais sombrio, o filme consegue ser tão divertido e interessante, quanto todos os outros. Lembrando que o filme não é realmente do Estúdio Marvel, mas de uma parceria com a Sony, exatamente como o mais recente Homem Aranha. E com certeza, vale a pena conferir esse novo filme!






Jayne Cordeiro é de Salvador-Bahia, e tem 26 anos. Enfermeira, com pós graduação em auditoria, sempre foi apaixonada por livros e filmes, e entrou no universo dos blogs em 2015, ao se tornar resenhista literária da página Maravilhosas Descobertas. Além disso, hoje ela também participa do blog O Clube da Meia Noite, como resenhista literária e esporadicamente na crítica de filmes. E agora faz parte do blog Dear Book com a nova coluna sobre filmes, Cineclube.

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Ana Liberato