sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Resenha: "Outsider" (Stephen King)

Tradução: Regiane Winarski

Por Sheila: Oi pessoas! Quem já me conhece sabe que eu sou super, Hiper, MEGA fã dos livros do Stephen King. Assim é sempre com um pouco de receio que acolho um novo exemplar do mestre na estante. "Como assim?" alguns perguntarão. Bom, ele escreve muito bem, mas não são todos os livros que eu adoro não.

A verdade é que, depois de ler A Torre Negra, as vezes da um certo medo de que ele tenha alcançado todo o seu potencial, e que não exista outra obra que atinja o mesmo patamar. Bom e, para ser bem sincera, até o momento não houve não. Mesmo assim tenho gostado muito dos novos livros lançados pelo King.

Eu ando me recusando a ler as sinopses dos livros também. Parece que ela tem entregado demais das histórias, fazendo com que a leitura só comece a ser realmente um mistério lá pela metade do livro.

Assim, fiquei completamente corroída pela dúvida quando fui apresentada a Terry Maitland, professor de inglês, treinador de beisebol da Liga Infantil, e possível responsável pelo brutal assassinato de uma criança de apenas 11 anos.

Depoimento do sr. Jonathan Ritz (10 de julho, 21h30, interrogado pelo detetive Ralph Anderson) 
Detetive Anderson: Sei que está abalado, sr. Ritz, é compreensível, mas preciso saber exatamente o que você viu esta noite. 
Ritz: Nunca vou conseguir tirar da cabeça. Nunca. Acho que preciso de um remédio. Talvez um Valium. Eu nunca tomei nada assim, mas preciso de um agora. Meu coração parece que ainda está na garganta. Avise ao pessoal da perícia que, se encontrarem vômito no local, e acho que vão encontrar, é meu. E não tenho vergonha de admitir. Qualquer um teria colocado o jantar pra fora se visse uma coisa daquelas. 
E realmente a cena que o Sr Ritz encontra é chocante, para se dizer o mínimo. Uma criança com a garganta cortada, sodomizada, com todos os sinais de ter sido atacada de forma brutal pelo que só poderia ser chamado de monstro. Mesmo os policiais com mais tempo na cidade nunca haviam visto um ataque  tão chocante, principalmente por se tratar de uma criança tão conhecida na comunidade.

Assim, é com um sentimento de solidariedade que acompanhamos o Detetive Anderson e seus dois colegas efetuando a prisão pública e amplamente acompanhada por um milhar de pessoas de Terry, o lobo em pele de cordeiro que parece não ter feito NADA para esconder os vestígios do que fez.

O caso parece muito sólido. Há testemunhas, em número superior a três, que o viram não só com o menino, mas com a roupa ensanguentada após o ato hediondo. Há digitais de Terry na van descrita como a que levou a vítima. Há sêmen no garotinho, e um laudo médico atestando que o DNA indiscutivelmente é de Terry.

E, mesmo com isso tudo, o Detetive Anderson tem dúvidas. E, o que era muito, muito sólido, parece se tornar mais fino do que qualquer pedaço de papel em suas mãos, cansadas ja de toda essa história sórdida e nojenta.


Ralph queria ficar sozinho. Queria tentar entender o que antes parecera tão simples e agora parecia uma merda colossal. Ele se levantou. Bill Samuels colocou o iPad de volta na pasta e se levantou ao lado dele.
—Acho que podemos perder o emprego por causa disso, Ralph. E se Maitland se safar dessa, ele vai nos processar. Você sabe que sim.
—Vá ao seu piquenique. Coma uns sanduíches. Ainda não acabou. Samuels saiu da sala na frente, e alguma coisa no andar dele, os ombros murchos, a pasta batendo no joelho, irritou o detetive. —Bill? Samuels se virou.
 —Uma criança desta cidade foi cruelmente estuprada. Antes ou depois disso, pode ter sido morta a dentadas. Ainda estou tentando entender isso. Você acha que os pais dele ligam se vamos perder o emprego ou se a cidade vai ser processada? Samuels não respondeu, só atravessou a sala vazia e saiu no sol da manhã. 
E é neste ponto que a dúvida passa a corroer não só a Ralph mas a nós, leitores, também. Quem é Terry Maitland? Um pobre coitado preso em uma situação muito difícil  envolvido em uma situação sobrenatural além da imaginação? Um monstro ardiloso que planejou tudo nos mínimos detalhes e agora ri das tentativas da polícia em incriminá-lo? Um monstro que tem a seu favor ser responsável pela situação sobrenatural?

Vamos descobrir isso só lá pelo meio do livro (e, claro que eu não vou contar para você, caro leitor, se não onde estaria a graça?) e o livro vira uma caçada que envolve a nossa querida Holly da trilogia Bill Hodges (Mr Mercedes, Achados e Perdidos e Último turno) mas CUIDADO vão haver spoilers da trilogia, se você não leu seria interessante ler ANTES.

No mais, um livro espetacularmente escrito, tenso, com algumas reviravoltas e com aquele jeitinho que só mesmo o King possui de explicar tudo sem explicar nada, mexer com nossa cabeça, reavivar antigos medos soterrados e, claro, nos entreter e encantar como ninguém. Super Recomendo.

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Ana Liberato