sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Resenha: "Querido Mundo" (Bana Alabed)

Tradução: Claudia Gerpe Duarte


Sinopse: Aos 3 anos de idade, Bana Alabed tinha uma infância feliz que foi interrompida abruptamente por uma guerra civil. Durante os quatro anos seguintes, Bana viveu em meio a bombardeios, destruição e medo. Sua provação angustiante culminou em um cerco brutal em que ela, seus pais e os dois irmãos mais novos ficaram presos em Aleppo, com pouco acesso a comida, água, medicamentos e outras necessidades básicas. Com o potencial revolucionário da Internet, Bana, em um gesto simples, mas inédito, usou o Twitter para pedir paz e mobilizar pessoas ao redor do mundo pelo mesmo intuito. Contendo palavras da própria Bana e cartas comoventes de sua mãe, Fatemah, Querido Mundo não é apenas um relato envolvente de uma família ameaçada pela guerra — o livro oferece, também, uma perspectiva única sobre uma das maiores crises humanitárias da história, vista pelos olhos de uma criança. Bana perdeu sua melhor amiga, a escola onde estudava e seu lar. Mas não perdeu a esperança — com relação a si mesma e às outras crianças ao redor do mundo, vítimas e refugiadas de guerra que são dignas de vidas melhores.

Por Jayne Cordeiro: Foi pela sorte de um sorteio que este pequeno livro (com um pouco mais de 150 páginas) veio parar em minhas mãos. Eu, que nunca tinha ouvido falar de Alana Alabed, mas tinha ouvido sim, sobre o sofrimento de milhares de pessoas que estavam vivendo em uma Síria destruída pela guerra. Foi por curiosidade que parei para ler um livro que foi escrito em sua grande maioria por uma menina de 8 anos, mas que tinha tanta história para contar.

Quando a primeira grande bomba caiu, eu não entendi o que tinha acontecido. Era apenas um dia comum; eu estava com Mohamed na casa de Nana Samar e do vovô Malek... Foi o barulho mais alto que eu já tinha ouvido na minha vida, um barulho tão grande que eu pude senti-lo no corpo, não apenas ouvi-lo. O som e a surpresa fizeram meu corpo parecer gelatina.

Querido Mundo, é um livro que trás uma dinâmica bem interessante. Bana, a autora, conta para nós o que vivenciou e ouviu falar sobre o período em que viveu na Síria antes e depois da guerra ter estourado por lá. Falando diretamente com o leitor, nos encantamos pelo o que acompanhamos através dos olhos e pensamentos, de uma menina tão nova, mas que precisa amadurecer cedo, ao conviver com uma situação tão delicada e tensa quanto uma guerra. Vemos  como todo um conjunto de vidas, costumes e lugares são devastados e modificados em questão de segundos por decisão de pessoas que não parecem estar preocupadas com outras pessoas. 

Eu não tive permissão para estar lá quando o médico tirou o bebê, mas a Nana e o vovô me levaram ao hospital para ver a mamãe no dia seguinte. Ela parecida doente, mas estava sorrindo. Ela estava segurando um cobertor que parecia enrolado em volta de um pão de forma. Mas não era um pão - era o bebê. Surpresa: era um menino. De novo. 

É meio óbvio dizer que o leitor vai se emocionar em alguns momentos, principalmente nas cartas que a mãe de Bana escreve direcionada a ela, em que vemos um pouco do ponto de vista de uma mãe que precisa proteger o filhos fisicamente e emocionalmente durante um conflito. Então, pode ser que você derrame algumas lágrimas. Mas é um livro que também vai te fazer sorrir, e te passar mensagens muito importantes sobre o que significa um Lar, a importância da família, e da solidariedade, nos momentos em que precisamos de toda a força possível.

Se é possível ter algum consolo, é que essa lição e outras que você aprendeu na guerra tenham fortalecido seu caráter e lhe conferido novas perspectivas. Acredito que suas experiências, por mais que eu possa ter desejado poupá-la delas, a tornaram mais generosa e grata, ponderada e tolerante. Porque você viu a alternativa. Você viu o pior, e expressou o que tem de melhor. E isso é alguma coisa, Bana. Isso é tudo.

Trata-se de uma  lição de vida, sobre como somos capazes de sobreviver as mais diversas situações, e como nós todos podemos fazer a diferença na busca por um mundo melhor. Querido Mundo é uma história real, sobre uma menininha que usou uma rede social - @AlabedBana - para mostrar ao mundo o que estava acontecendo no país dela, e fazer um apelo por Paz. O livro é encantador, emocionante e uma leitura fluida, quando você vai ver, já está nas últimas páginas. É uma história que deve ser indicada para todo mundo. Espero que vocês gostem.

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Ana Liberato