Sinopse: Azzi e seus pais correm perigo e precisam fugir às pressas, deixando para trás sua casa, seus parentes, seus amigos, seus trabalhos e sua cultura. Ao embarcarem rumo a um país desconhecido, levam, além da pouca bagagem, a esperança de uma vida mais segura. Azzi terá de enfrentar a saudade que sente da avó e muitos desafios: aprender outra língua, compartilhar a preocupação dos pais, adaptar-se à nova casa e cidade, frequentar a nova escola e fazer novas amizades.
Por Eliel: Como a maioria dos livros infanto-juvenis a leitura é rápida e de fácil compreensão para todas as idades. A história de Azzi é de uma simplicidade e carregada de sentimento. Vale a pena apresentar aos pequenos essa história de tolerância e adaptação.
Não sabemos de que país Azzi saiu com seus pais e suspeitamos de que após a fuga eles chegam à Inglaterra (apenas uma suspeita porque a autora é de lá). Isso faz com que ela se aplique à qualquer povo que se vê frente a frente com a guerra e precisa fugir deixando tudo para trás.
Com "tudo", me refiro não só aos bens materiais, mas também familiares, costumes, cultura. Isso tudo é tratado com muito cuidado pelas mãos de Sarah Garland, que escreveu e ilustrou essa obra após o contato que teve com famílias refugiadas na Nova Zelândia. As expressões de angustia e falta de esperança estampada nos rostos dessas pessoas chamou muito a atenção de Sarah, principalmente ao reparar nas crianças. Como uma forma de auxiliar ela procurou por livros que contassem histórias parecidas com a que essas crianças viviam.
Bem sabemos a importância que a representatividade é para ajudar a lidar com situações de fragilidade emocional, social e psicológica. Porém, Sarah não encontrou nada. Após muito estudo junto à esses povos e suas memórias, ela percebeu que, não importa a nacionalidade ou a cultura, a maior dificuldade era em relação à adaptação à outra cultura ou língua e a saudade de tudo o que fica para trás.
Um livro simples, fruto de grande pesquisa diante de uma necessidade faz de Um Outro País para Azzi uma obra primorosa e de uma profundidade única, sem sombra de dúvida é um livro para qualquer idade.
Arrisco a dizer que é um ótimo material para se trabalhar em escolas e outras instituições que acabam por ter contato com povos de culturas diferentes da nossa. Aqui na minha cidade, Itu-SP, tem uma pequena comunidade de haitianos. Sinceramente, não sei qual é a real situação econômica e social nesse país, mas mas seria interessante fazer a intenção que esse livro desperta chegar à grupos como esses espalhados pelo Brasil perto de onde vivemos. Como brasileiros somos conhecidos por sermos um povo hospitaleiro.
Às vezes, não temos muito o que fazer para ajudar. No entanto, fazermos algo que seja do nosso alcance para tornar a transição menos difícil já é uma grande ajuda para quem a recebe. Óbvio que não queremos que essas pessoas esqueçam suas raízes, podemos aprender com o que eles trazem como experiência.
Gostei da experiência que tive com a história de Azzi e deixo aqui minha recomendação.
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