segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Resenha: A Bússola de Ouro - Fronteiras do Universo 1 (Philip Pullman)



Tradução: Eliana Sabino

Sinopse: Lyra Belacqua e seu daemon, Pantalaimon, vivem felizes e soltos entre os catedráticos da Faculdade Jordan, em Oxford. Até que rumores invadem a cidade – são boatos sobre os Papões, sequestradores de crianças que estão espalhando o medo pelo país. Quando seu melhor amigo, Roger, desaparece, Lyra entra em uma perigosa jornada para reencontrá-lo. O que ela não desconfia é que muitas outras forças influenciam seu destino e que sua aventura a levará às terras congeladas do Norte, onde feiticeiras e ursos de armadura se preparam para uma guerra. Embora tenha a ajuda do aletiômetro – um poderoso instrumento que responde a qualquer pergunta –, nada a prepara para os mistérios e a crueldade que encontra durante a viagem. E, mesmo que ainda não saiba, Lyra tem uma profecia a cumprir, e as consequências afetarão muitos mundos além do dela.

Por Jayne Cordeiro: Esta é a nova edição do livro A Bússola de Ouro que faz parte da trilogia Fronteiras do Universo. Decidi ler esse livro por causa da série de Tv His Dark Materials, da HBO, que me conquistou só com um capítulo. Já tinha assistido a primeira adaptação do livro para o cinema, com Daniel Craig e Nicole Kidman, anos atrás, mas a coisa não tinha vingado. Mas dessa vez, houve vários elogios a adaptação para a TV, então fui atrás do livro. Termino esse parágrafo dizendo o como gostei da capa dessa edição. Simples, mas bonita e tudo a ver com a história.

E vamos lá. Temos aqui um livro de fantasia que consegue ser bem realista e maduro, apesar de ter uma criança como protagonista.  Tirando a história dos dimons, bruxas e ursos que falam, tudo mais é bem realista, e tem uma conversa tão profunda, que as vezes eu esqueço que se trata de um livro de fantasia. O enredo trás o debate entre religião e governo, de uma forma bem interessante e sem parcialidade. Fala sobre ditadura, regras sociai arcaicas, sobre estrutura social...tudo isso em um livro que parece infanto juvenil, mas que qualquer adulto lerá e ficará entretido.

Os personagens são muito complexos, principalmente Lyra, Sra Coulter e Lorde Asriel, que me causa sentimentos bem contraditórios. E acredito que a ideia é exatamente essa. Temos aventura, ação, magia, e um enredo cheio de detalhes, que vai levando o leitor a sempre questionar o que vai acontecer. A escrita do autor é série, mas não menos cativante e simples. O final é impactante e deixa várias coisas em aberto para serem continuadas no próximo livro, que já fique super curiosa para ler. Para mim, é um ótimo livro de fantasia, que vale a pena ser lido.


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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Resenha: "Whitney, Meu Amor" (Judith McNaught)



Tradução: Vera Maria Marques Martins

Sinopse: A encantadora e impetuosa Whitney não tem medo de dizer o que pensa. Por conta de seu comportamento pouco apropriado para uma moça da sociedade inglesa do século XIX, ela é forçada, pelo pai frio e severo, a mudar-se para a casa dos tios em Paris, onde recebe aulas para se tornar uma dama. Sob o cuidado dos amorosos e dedicados tios, ela desabrocha em uma mulher sofisticada e bela, tornando-se a sensação da esfuziante sociedade parisiense. Quando retorna à Inglaterra, está mudada, mas ainda deseja conquistar o belo Paul, seu primeiro amor. Mas há alguém que parece disposto a destruir sua felicidade: trata-se de Clayton Westmoreland, um poderoso duque, que está decidido a ter Whitney a qualquer preço.

Por Jayne Cordeiro: "Whitney, Meu Amor" foi o livro de estreia da autora consagrada Judith McNaught, e pelo que li, foi uma história bem inovadora para o tipo de romance de época que estava em vigor na época. De quaqluer forma, ninguém poderia ver uma semelhança entre seus livros e de outras autoras consagradas, como Julia Quinn, Lisa keyplas ou Sylvia Day. E acho isso bem legal, porque foge completamente daquele romance pequeno, com história simples e personagens bem definidos.

Aqui temos uma história longa, cheia de acontecimentos, com personagens que não são perfeitos. Depois de ter lido Um Reino de Sonhos, que seria o primeiro livro da série Dinastia Westmoreland, e que se passa séculos antes deste, eu vim para Whitney com altas expectativas. E a sinopse ainda me agradou ainda mais, com um duque (quem não gosta de um duque?) que faz o possível para conquistar a mocinha. E uma mocinha nada fácil. Na verdade, o relacionamento dos dois é extremamente complicado. Quando um sede, o outro apronta, e vice versa. Quando a coisa parece se resolver, outra situação vem e complica tudo. 

Mas apesar de achar que poderia ter tido um pouco menos disso, ainda acredito que este livro é uma ótima leitura. Gostei bastante dos personagens, apesar de eles merecerem uma sacudida em algum momento. O romance dos dois é gostoso de ver se desenvolvendo e isso não acontece de forma rápida. Os personagens secundários são ótimos e já fiquei curiosa para ler o próximo livro que é com o irmão do Duque Clayton. "Whitney, Meu Amor" é uma história interessante, rica e que nem sempre vai pelo caminho mais esperado. Todos os acontecimentos parecem verossímeis e isso é um ótimo complemento, sem deixar de ser uma belo romance de época. A dinastia Westmoreland, é uma série que posso indicar, com certeza, para quem gosta do gênero, ou quer entrar nele.





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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

Resenha: "Ascensão" (Stephen King)


Tradução: Regiane Winarski

Sinopse: Scott Carey tem muito em que pensar ― o projeto enorme que pegou no trabalho; o casal lésbico que mora na casa ao lado e o cachorro delas, que insiste em fazer as necessidades no seu quintal; e a súbita e inexplicável perda de peso das últimas semanas.
Apesar de não querer ser estudado e examinado, Scott decide compartilhar a questão com seu velho amigo, o dr. Bob Ellis. Afinal, apesar dos números decrescentes na balança, sua aparência continua a mesma ― além disso, seu peso não varia quando está nu ou usando roupas pesadas, quando está de mãos vazias ou carrega algo no colo. Não importa o que ele faça ou coma, Scott está cada vez mais leve ― embora não mais magro ―, e conforme seu peso se aproxima de zero, ele sabe que logo nada vai prendê-lo ao chão.
Scott não quer se preocupar com o que vem pela frente; ele ainda tem tempo para resolver todas as suas questões antes do Dia Zero, e por que não começar pelas mais difíceis? Por exemplo, encarando o preconceito que suas vizinhas têm sofrido da comunidade ― e dele ― e fazendo o possível para ajudar.
Amizades improváveis, a maratona anual da cidade e a misteriosa condição de Scott são a fórmula para grandes transformações. Incrivelmente alegre e profundamente triste, Ascensão é um verdadeiro antídoto para nossa cultura intolerante.

Por Jayne Cordeiro: Ascensão é um livro bem curtinho de Stephen King, com um pouco mais de 120 páginas. A primeira coisa que me chamou a atenção foi a capa, que achei muito bonita, e ainda mais sendo de capa dura. Este livro é diferente das outras obras do autor que já li. O livro é bem mais curto, e a história é mais simples. Não espere aqui grandes explicações de o porque das coisas, mas ainda assim é um livro muito interessante e que me conquistou, mesmo sem ter um enredo complexo.

Gostei muito da forma como a história foi contada. Os personagens são extremamente cativantes, o que é uma surpresa, considerando as poucas páginas disponíveis. Scott é um encanto de pessoa e lida muito bem com a sua nova realidade. Esta ficando cada vez mais leve, percebendo que um dia ele não pesará o suficiente para permanecer ligado ao chão. Junto a essa história ligada mais ao gênero fantástico do que ao suspense/terror, o autor retrata outros temas bem interessantes, como o preconceito por opção sexual, e a aceitação das diferenças. 

No final da sinopse, existe a seguinte frase "Incrivelmente alegre e profundamente triste", definindo o livro. E acho que nada se encaixa tão bem quanto isso. Ao mesmo tempo que sorrimos com as interações entre os personagens, sentimos uma doce tristeza pelo destino que aguarda Scott. Apesar de o livro não trazer explicações para o fenômeno, acho que ele cumpre exatamente seu papel de passar uma mensagem voltada para a aceitação. Seja de qual forma for. É um livro bonito e muito diferente do que estou acostumada a ver do autor. E gostei muito disso.




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Ana Liberato