segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Resenha: "O Menino na Ponte" (M.R. Carey)

 

Tradução: Edmundo Barreiros

Sinopse: Aos 15 anos, Stephen Greaves é um gênio científico precoce, cujo trabalho pode dar à humanidade sua melhor arma contra uma praga devastadora que assola o mundo. Ele e a epidemiologista Samrina Khan são dois dos dez tripulantes do Rosalind Franklin, um laboratório blindado sobre rodas liderado por um comandante prepotente e autoritário, que cruza uma terra devastada em busca da cura para esse vírus que alterou para sempre a vida como conhecemos. A viagem é longa, e a restrição do espaço físico para toda a tripulação faz com que a tensão do confinamento seja também uma ameaça considerável. O veículo torna-se um caldeirão de diferentes agendas, crenças e visões de mundo prestes a explodir. Em meio a esse ambiente hostil, Stephen tem em Samrina uma figura maternal que o protege dos demais cientistas, que o tratam com cautela, desprezo ou verdadeiro ódio. Mas o menino não se importa com confrontos físicos, mentiras e incertezas; encara todos os seus desafios com interesse, astúcia e muita habilidade. Todos carregam aspirações e sonhos, mas sabem que, se tudo der errado, sua perda poderá ser suportada. Eles sabem muito bem que são dispensáveis. Estranho, surpreendente e assustador, O menino na ponte é uma história emocionante e poderosa que fará você questionar o que significa ser humano em um mundo onde a esperança pode ser o maior dos desafios. M.R. CAREY, sob o nome de Mike Carey, escreve para a Marvel e a DC, incluindo uma elogiada passagem pelos X-Men e a série Lúcifer, baseada no universo de Sandman. Seus trabalhos autorais aparecem com regularidade na lista de ficção gráfica do The New York Times."

Por Jayne Cordeiro: "O Menino na Ponte" é o segundo livro do autor M. R. Carey. O anterior "A menina que tinha dons" se passa no mesmo universo, mas não é necessário ter lido ele para ler este aqui. Eu mesma não li, mas já fiquei curiosa para procurar o livro e ler. Quem sabe acontece uma resenha dele por aqui. Peguei esse livro sem muita disposição, e acabei gostante bastante dele. Gosto de histórias envolvendo zumbis (caso dos chamados Famintos aqui), e esse livro conseguiu juntar ficção e ciência de uma forma bem estruturada. A história é densa, mas não é cansativa.

Acompanhamos vários personagens. Alguns de forma mais superficial, e outros de forma mais profunda, como Stephen Graves, um jovem com provável autismo, e extremamente inteligente. Sendo uma peça pouco valorizada, mas fundamental, em uma equipe que não tem muitas esperanças de achar a cura para a infecção que causou o Colapso. Stephen é um personagem cativante, mesmo que não tenha a intenção de ser simpático. Acompanhar essa história, principalmente através dele é uma ótima escolha, já que é um personagem inteligente, dedicado e com uma racionalidade bem interessante.

O enredo é bem estruturado e conectado. E as situações vão acontecendo, e o leitor precisa continuar lendo e ver aonde essas ações vão levar. Como saber que algo vai dar errado, mas a gente não consegue parar de olhar. Conseguimos nos apegar a esse grupo e sentir com eles as reviravoltas e dilemas. O livro consegue prender o leitor até o final, e mesmo sabendo, mais ou menos, aonde as coisas vão levar, ainda assim, acabamos surpreendidos no final. É uma leitura que recomendo, e que me deixou bem pensativa quando acabei. Com certeza, quero mais livros ambientados nesse universo, porque há muita coisa que pode ser tirada de lá.


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Ana Liberato