segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Resenha: "Daisy Jones & The Six" (Taylor Jenkins Reid)

Tradução de Alexandre Boide.

Sinopse: Todo mundo conhece Daisy Jones & The Six. Nos anos 1970, dominavam as paradas de sucesso, faziam shows para plateias lotadas e conquistavam milhões de fãs. Eram a voz de uma geração, e Daisy, a inspiração de toda garota descolada. Mas no dia 12 de julho de 1979, no último show da turnê Aurora, eles se separaram. E ninguém nunca soube o por quê. Até agora.

Essa é a história de uma menina de Los Angeles que sonhava em ser uma estrela do rock, de uma banda que também almejava seu lugar ao sol e de tudo o que aconteceu – o sexo, as drogas, os conflitos e os dramas – quando um produtor apostou (certo!) que juntos poderiam se tornar lendas da música.

Nesse romance inesquecível narrado a partir de entrevistas, Taylor Jenkins Reid reconstitui a trajetória de uma banda fictícia com a intensidade presente nos melhores backstages do rock'n'roll.

"É isso o que todo mundo quer da arte, não? Ver alguém expor os sentimentos que existem dentro de nós. Arrancar um pedaço do seu coração e mostrar para você."

Por Thaís Inocêncio: Por se tratar de "uma história de amor e música", como diz o subtítulo, eu já sabia que iria me apaixonar por esse livro – e estava certa! Escrito em formato de entrevista, a obra traz um registro completo de como surgiu a estrela Daisy Jones, como foi formada a banda The Six e como essas duas potências se juntaram, formando o fenômeno Daisy Jones & The Six. 

Os relatos inéditos são dados pelos próprios integrantes da banda e por pessoas próximas a eles, também envolvidas no meio musical na década de 1970. As entrevistas foram feitas anos após o fim da banda, portanto os personagens recorrem a flashbacks. Isso torna a narrativa ainda mais interessante, porque, em muitos casos, cada um deles se lembra da mesma situação de maneiras diferentes, a depender do modo como foram afetados por aquele momento. 

"Muitas vezes a verdade não está nem de um lado nem de outro, e sim escondida num meio-termo."

Quem está acostumado com uma narrativa linear, pode se atrapalhar um pouco até se ambientar na história e conhecer os personagens, que não nos são apresentados da maneira tradicional; vamos descobrindo quem eles são e o contexto em que vivem aos poucos. Gostei desse formato porque a autora nos coloca no papel de fãs ou, pelo menos, de pessoas que já conhecem os membros da banda, afinal, ela foi muito famosa, o que contribui para a verossimilhança da história. 

Por falar em verossimilhança, mais uma vez Taylor Jenkins Reid consegue construir personagens tão complexos – como as pessoas realmente são – que fica difícil de acreditar que Daisy Jones & The Six não existiu de verdade. Para completar, a autora criou, de fato, as letras das músicas compostas pela banda, as quais podem ser encontradas na íntegra ao final do livro. Cada vez que uma música aparece na história, a vontade de ouvi-la de verdade é quase incontrolável. Felizmente, há uma série vindo por aí e eu mal posso esperar para ver essa banda ganhando vida!

"We only look like young stars

Because you can't see old scars"

[Nós só parecemos astros jovens / 

Porque você não tem como ver as velhas cicatrizes]

Letra da música "Young stars"

Outro ponto de destaque é a representação das personagens femininas, que são à frente de seu tempo e dignas de admiração. Daisy é uma personagem cheia de camadas que chama a atenção pela determinação e ambição, pela maneira como impõe suas vontades e pelo controle do próprio corpo. Karen, a tecladista e minha personagem preferida nessa história toda, é independente e conhece bem o significado de sororidade. Camila, esposa do vocalista Billy Dunne, impressiona pela resiliência, perseverança e pelo modo como coloca os outros acima de si mesma (o que às vezes é uma virtude, às vezes uma fraqueza).

É importante dizer que, apesar de ter sido o que me chamou a atenção inicialmente, essa não é apenas "uma história de amor e música". O livro aborda, ainda, a dependência de álcool e drogas, o relacionamento abusivo e os diversos sentimentos que perpassam as relações humanas em geral, como inveja, egoísmo, paixão, insegurança, desejo, entre outros. O plot twist realmente me impressionou e acredito que esse seja um dom da autora (vide o que ela fez em Os sete maridos de Evelyn Hugo). 

"As coisas não precisam ser perfeitas para ser fortes."

A Stephanie também escreveu uma resenha de Daisy Jones & The Six para o Dear Book. Estamos aqui pra provar que essa leitura vale a pena!

Até a próxima, pessoal!


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sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Resenha: "Conectadas" (Clara Alves)

Sinopse: Raíssa e Ayla se conheceram jogando Feéricos, um dos games mais populares do momento, e não se desgrudaram mais – pelo menos virtualmente. Ayla sente que, com Raíssa, finalmente pode ser ela mesma. Raíssa, por sua vez, encontra em Ayla uma conexão que nunca teve com ninguém. Só tem um “pequeno” problema: Raíssa joga com um avatar masculino, então Ayla não sabe que está conversando com outra menina.

Quanto mais as duas se envolvem, mais culpa Raíssa sente. Só que ela não está pronta para se assumir – muito menos para perder a garota que ama. Então só vai levando a mentira adiante… Afinal, qual é a chance de as duas se conhecerem pessoalmente, morando em cidades diferentes? Bem alta, já que foi anunciada a primeira feira de Feéricos em São Paulo, o evento perfeito para esse encontro acontecer. Em um fim de semana repleto de cosplays, confidências e corações partidos, será que esse romance on-line conseguirá sobreviver à vida real?

"Sabe quando as coisas vão virando uma bola de neve e você não tem chance de voltar atrás?"

Por Thaís Inocêncio: Tudo começa de maneira muito inocente, nada premeditada. Raíssa escolhe um avatar masculino simplesmente para fugir do machismo escancarado do mundo dos games. Um dia, porém, ela encontra Ayla perdida no jogo, pedindo ajuda e sendo ignorada, já que nenhum menino sabichão quer interromper suas jogadas para ajudar uma menina iniciante. Como Raíssa já passou por isso e conhece esse preconceito, ela se dispõe a ajudar, sem, no entanto, se despir da sua capa de personagem masculino. 

A partir desse primeiro contato no jogo, as duas estreitam relações na internet. É aí que as mentiras e confusões têm início e a sensação que temos é exatamente a da quote acima: como é que essa bola de neve vai ser desfeita? As artimanhas de Raíssa para não revelar seu verdadeiro "eu" à Ayla são tão bem construídas que ficamos com a impressão de que, a qualquer momento, ela será engolida pelas próprias mentiras e não conseguirá mais se safar. 

Essa maneira de amarrar a história de modo que as coisas não fiquem muito óbvias ou com pontas soltas foi uma das coisas de que mais gostei no livro. A autora consegue nos convencer tanto de que Ayla realmente nem desconfia que Raíssa é uma menina quanto de que Raíssa tem motivos reais para continuar se escondendo por trás de um avatar masculino. Isso faz com que a gente não julgue (muito) as atitudes de Raíssa, mas a compreenda. Afinal, revelar-se para Ayla é também revelar-se para o mundo, não só o dos games, e é preciso muita coragem pra fazer isso. 

"Eu não estava pronta para admitir ao mundo que gostava de meninas."

Essa história vai muito além de um romance clichê entre duas meninas gamers; ela fala de descobertas, inseguranças, autoconhecimento, amor próprio, amizades e questões familiares. Imagino que quem faz parte da comunidade LGBTQIA+ se identifique com muitos dos caminhos e obstáculos que os personagens percorrem e enfrentam nesse livro, e o melhor é que ele mostra que, no fim, tudo vale a pena. Amei toda a representatividade presente nessa obra e espero que isso seja cada vez mais comum na literatura e na vida. 

Desejo que essa leitura aquela o coração de vocês como fez com o meu. Até a próxima, pessoal!

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segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Resenha: "Codinome Lady V" (Lorraine Heath)

 

Tradução: A. C. Reis

Sinopse: Cansada de rejeitar pretendentes interessados apenas em seu dote escandalosamente vultoso, Minerva Dodger decide que é melhor ser uma solteirona do que se tornar a esposa de alguém que só quer seu dinheiro. No entanto, ela não está disposta a morrer sem conhecer os prazeres de uma noite de núpcias e, assim, decide ir ao Clube Nightingale, um misterioso lugar que permite que as mulheres tenham um amante sem manchar sua reputação.Protegida por uma máscara e pelo codinome Lady V, Minerva mal consegue acreditar que despertou o desejo de um dos mais cobiçados cavalheiros da sociedade londrina, o Duque de Ashebury. E acredita menos ainda quando ele começa a cortejá-la fora do clube. Por mais que ele seja tudo o que ela sempre sonhou, Minerva não pode correr o risco de ele descobrir sua identidade, e não vai tolerar outro caçador de fortunas.Depois de uma noite de amor com Lady V, Ashe não consegue tirar da cabeça aquela mulher de máscara branca, belas pernas e língua afiada. Mesmo sem saber quem ela é, o duque nunca tinha ficado tão fascinado por nenhuma outra mulher antes.Mas agora, à beira da falência, ele precisa arranjar muito dinheiro, e rápido. Sua única saída é se casar com alguma jovem que tenha um belo dote, e sua aposta mais certeira é a Srta. Dodger, a megera solteirona que tem fama de espantar todos os seus pretendentes.


Por Jayne Cordeiro: "Codinome Lady V" é o primeiro livro da série "Os Sedutores de Havisham". Eu sou suspeita para falar dos livros da lorraine, porque adoro tudo o que rka escreve, e foi interessante, ler esse livro, após ter lido as duas séries que antecedem essa, e que infelizmente não foram lançadas aqui no Brasil. Mas é sempre prazeroso tornar a ver um pouquinho daqueles personagens que acompanhamos a evolução. Mas vamos focar nesse aqui. Eu gostei bastante desse livro. E fiquei satisfeita em ver que ele não seguiu pelo caminho que achei que seguiria. Pensei que o mistério quanto a identidade de Minerva se estenderia por muito tempo e seria foco de várias situações. Mas as coisas acabaram seguindo outros rumos, que para mim, foi bem mais legal.

Adorei os protagonistas. A química entre eles era perceptível, seja nas cenas sensuais ou nos diálogos. As interações era instigantes e me fizeram devorar esse livro em pouco tempo. Ashe é decidido e confiante, como todo libertino (e duque) deveria ser, mas ele também tinha momentos tão doces e profundos. Já Minerva, não era aquela mocinha que buscava um marido, com dinheiro próprio e com uma personalidade única. O que também acabava afastando os pretendentes, que só se interessavam por seu dote. E tudo isso acabou causando uma grande insegurança pessoal.

Como acontece com todos os livros da autora que já li, ela consegue introduzir um tema bem interessante. Mesmo que não seja o foco do livro, já parece para mim, uma marca registrada dela. Os personagens secundários são interessantes, o que já me deixou ansiosa pelo próximo livro, e garantiu momentos bem divertidos. No geral, foi um livro muito gostoso de ler, que prende o leitor e que carrega todas as características da autora. Quem gosta de romances de época, precisa ler os livros dessa mulher. E esse livro consegue manter o alto patamar dela, e nos conquistar.



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sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Resenha: "Pessoas normais" (Sally Rooney)

Tradução de Débora Landsberg.

Por Thaís Inocêncio: Marianne e Connell frequentam o mesmo espaço, mas não pertencem ao mesmo mundo.  Apesar de serem colegas de classe de um colégio em Sligo, cidade da Irlanda, eles parecem viver em universos diferentes e paradoxais: ela é rica, mas excluída; ele pertence a uma classe social mais baixa, mas é popular. Há, porém, um fio que os conecta: a mãe de Connell trabalha como faxineira na mansão da família de Marianne.

Em uma das idas à mansão para buscar a mãe, Connell adentra o mundo de Marianne. Entre conversas e olhares, surge um desejo mútuo de ficar junto. Entretanto, como Marianne é vista como esquisita pelos alunos, Connell propõe que eles mantenham o relacionamento em segredo. Temos aí o primeiro conflito dessa história, causado muito mais por uma questão de poder social do que econômico.

“Quando conversa com Marianne, ele tem uma sensação de completa privacidade. Poderia contar qualquer coisa a seu respeito, até as coisas estranhas, e ela jamais as repetiria, ele sabe. Estar sozinho com ela é como abrir uma porta para fora da vida normal e fechá-la depois de passar.”

A partir de então, acompanhamos a vida e a dinâmica dos dois ao longo de quatro anos – do fim do ensino médio ao período da graduação. À primeira vista, esse parece o roteiro de um romance clichê que se passa entre jovens que estão entrando na vida adulta, mas essa é uma história muito mais densa do que se imagina, sobretudo pelos assuntos tratados. Entre outros temas, o livro aborda conflitos familiares, abuso psicológico, suicídio, depressão e diversos níveis de insegurança.

Com uma trama repleta de encontros e desencontros, o livro me fez lembrar bastante de Um dia, do autor David Nicholls, mas acredito que a linguagem usada por Sally Rooney atrapalhou um pouco a minha imersão na história.

Assim como Nicholls, Sally adota a narrativa em terceira pessoa para que seja capaz de nos dar uma visão ampla e, talvez, imparcial dos personagens. No entanto, sua escrita foge do convencional e a autora insere diálogos sem nenhuma diferenciação, como travessões ou aspas, e às vezes os coloca no meio dos parágrafos, o que pode causar confusão ao menor sinal de distração do leitor. Por isso, é importante estar concentrado na leitura para não se perder em relação ao momento do diálogo e a quem está falando.

“Passado um tempo ele a ouve dizer algo que não entende. Não escutei direito, ele diz. Não sei o que há de errado comigo, diz Marianne. Não sei por que não consigo ser que nem as pessoas normais.”

No entanto, ainda assim, achei incrível a construção dos personagens, que nos são apresentados de maneira tão crua. É como se a autora os revirasse do avesso e nos mostrasse tudo o que eles têm escondido lá dentro – e que, muitas vezes, escondemos também. Por isso, é fácil nos identificarmos com diversos sentimentos e situações apresentados no livro. Sally Rooney criou uma história simples, sem muitas reviravoltas, sobre “pessoas normais” e, ao mesmo tempo, extremamente complexas.

“A vida é a coisa que você traz consigo dentro da própria cabeça.”

E, se a escrita da autora prejudicou um pouco o meu envolvimento com a história, a adaptação lançada pela BBC (disponível no Brasil pelo streaming Starzplay) fez exatamente o contrário: me colocou de cabeça e coração na trama. A série, dividida em 12 episódios, é bem fiel ao livro, mas consegue ser superior, principalmente por causa da atuação dos protagonistas, interpretados de modo brilhante por Daisy Edgar-Jones e Paul Mescal. A intimidade e a química do casal nos faz ter certeza de que, ainda que a vida tenda a levá-los por caminhos separados, eles estão destinados a ficar juntos, pois só na companhia um do outro é que conseguem ser eles mesmos.

Paul Mescal e Daisy
Paul Mescal e Daisy Edgar-Jones como Connell e Marianne na série Normal People.

Até a próxima, pessoal!

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segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Resenha: "Dez formas de fazer um coração se derreter" (Sarah MacLean)

 

Tradução: Fabiana Colasanti

Sinopse: Isabel Townsend não é exatamente o que se espera da filha de um conde. Apesar de ter a pele delicada e de saber se portar como uma dama quando necessário, a jovem também monta a cavalo, conserta telhados, administra a propriedade e cria o irmão caçula desde que a mãe faleceu – tudo isso sem despertar a menor suspeita de que não há um homem sequer para cuidar de sua família.

Para o pai dela, que só queria se divertir e gastar dinheiro em jogatinas, pouco importava o que ela fizesse. Porém, quando ele morre, Isabel se vê sem recursos e precisa defender os direitos do irmão, ameaçados pela chegada iminente de um tutor. Assim, não lhe resta saída senão vender sua coleção de estátuas de mármore, o único bem que herdou.

Para sorte sua, um especialista em antiguidades acaba de chegar ao condado. Inteligente e sensual, lorde Nicholas St. John é um solteiro convicto que deixou Londres para se livrar das jovens que passaram a persegui-lo desde que foi eleito um dos melhores partidos da cidade.

Em poucos dias, fica claro para Nick que Isabel é a mulher mais obstinada e misteriosa – além da mais interessante – que já cruzou seu caminho. Ao mesmo tempo, ao conhecê-lo melhor, a independente Isabel percebe que há homens em que vale a pena confiar. Enquanto eles põem de lado suas antigas convicções, seus corações se abrem para dar uma chance ao amor.


Por Jayne Cordeiro: "Dez formas de fazer um coração se derreter" é o segundo livro da trilogia "Os Números do Amor". O livro é focado em Nicholas St. John, irmão gêmeo do protagonista do primeiro livro. Eu tinha expectativas boas para esse livro, porque gostei muito do primeiro, e Nicholas já tinha se mostrado um personagem bem encantador. A sinopse também parecia com a ideia de uma mocinha fora dos padrões, e um local de abrigo para mulheres que precisavam fugir de situações difíceis.

Eu gostei desse livro, apesar de considerar o primeiro melhor. Na verdade, esse livro teve apenas um fator que me incomodou, que foi a mocinha Isabel. Eu entendo a situação dela, e os motivos pelo qual ela atua de determinada maneira, mas eu achei ela muito na defensiva. Teimando em recusar ajuda, quando ela era mais que necessária. Isso me deixava um pouco exasperada, mas não posso dizer que ela não era uma personagem forte e com um coração enorme. Nicholas continuou com um alto conceito pra mim, sendo um personagem esperto e muito solidário.

Apesar desse problema com a Isabel, achei que o casal funcionou muito bem. Ele era mais relaxado, em oposição a tensão dela. E esse cabo de guerra entre eles, serviu bem a dinâmica dos dois. Adorei os personagens secundários, principalmente as companheiras de Isabel. E elas trouxeram leveza e diversão a história. E ainda podemos rever um pouco dos personagens do primeiro, e já deixou um gancho bem interessante para o terceiro livro, que estou bem ansiosa para ler. No geral, esse foi um ótimo livro, que me prendeu e deixou aquele gostinho de satisfação. Agora é ver o que virá no encerramento da trilogia.


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sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Resenha: "Terror a Bordo" (Stephen King e Bev Vincent)

 

Tradução: Regiane Winarski 

Sinopse: Stephen King odeia voar.E agora, junto com seu coeditor Bev Vincent, ele está pronto para compartilhar esse medo com você.Bem-vindos a Terror a bordo, uma antologia sobre tudo que pode dar terrivelmente errado quando se está a 20 mil pés de altura, cortando os céus a 800 km/h, preso em uma caixa de metal com centenas de desconhecidos.

Aqui você vai encontrar todas as maneiras como sua agradável viagem pelos ares pode se transformar em um pesadelo, incluindo algumas formas que você nunca imaginou… mas que vai imaginar da próxima vez em que estiver atravessando a ponte de embarque e entregando sua vida nas mãos de um estranho.
Incluindo histórias inéditas de Joe Hill e Stephen King, além de catorze contos clássicos e um poema de mestres como Richard Matheson, Ray Bradbury, Roald Dahl, Dan Simmons e muitos outros, Terror a bordo é, nas palavras de Stephen King, "perfeito para ler em aviões, principalmente durante aterrisagens turbulentas".


Por Jayne Cordeiro: Sou daquelas que tem vontade ler qualquer coisa que traga o nome de Stephen King. E aqui temos um livro que trás seu nome bem grande na capa, mas que não foi totalmente escrito por ele. "Terror a bordo" é uma antologia focada em um tema bem interessante. Quem nunca se preocupou com que poderia acontecer durante um voo? E aqui, tudo isso é aumentado ao dar uma conotação sobrenatural a todas essas possibilidades. Não vou falar sobre cada conto, mas sim no que o conjunto em si conseguiu passar.

Quem lê as minhas resenhas, sabe que não sou muito fã de antologias. Por mais que eu acabe gostando dos contos, terminar um livro deles, é uma tarefa mais difícil. Eu não consigo ter aquele animo para continuar lendo (o que explica nunca ter terminado Black Mirror), mas para quem gosta desse tipo de livro, não vejo motivos para não gostar desse aqui. O mais interessante sobre ele, é que os contos são dos anos mais variados, e o telespectador é situado com uma introdução que ocorre no começo de conto. E essa introdução já é interessante por si própria.

Individualmente, eu gostei de quase todos o contos. Eles não são longos, e você acaba vendo diversas escritas diferentes, com temáticas diferentes, e isso mantem a atração da coisa. Alguns me deixaram bem tensa, e outros me fizeram pensar "que estranho" e ficar com aquilo remoendo na mente. Todas as escritas me convenceram, e se mostraram bem coesos ao tema principal. Muitos contos até pareciam algo que o Stephen King teria escrito. E não foi a toa, que foram escolhidos por ele, para fazer parte dessa coletânea. Para quem gosta do gênero suspense/terror, e ainda gosta de contos, esse é um livro que vai entreter totalmente o leitor.


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segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Resenha: "Amor(es) verdadeiro(s)" (Taylor Jenkins Reid)

Tradução de Alexandre Boide.

Por Thaís InocêncioNa adolescência, Emma Blair tinha um crush no líder da equipe de natação do colégio, mas achava que nada iria acontecer entre eles, afinal, ele era popular e ela era... normal (bem coisa de filme estadunidense, sabe?).

Um dia, em meio a uma confusão numa festa, eles iniciam uma conversa e descobrem que têm muito em comum. Ambos não querem atender às expectativas dos pais e desejam fugir de toda a pressão que eles fazem: Emma não quer trabalhar na livraria da família; Jesse não quer ser nadador profissional. E assim eles começam a namorar.

Emma e Jesse, então, deixam sua cidade natal, em Massachusetts, e vão para a faculdade em Los Angeles. Eles se casam e têm uma vida muito feliz – até que uma tragédia acontece. Na véspera do aniversário de casamento deles, Jesse sofre um acidente de avião e é dado como morto.

Emma, é claro, passa por um longo processo de luto. Ela volta para a casa dos pais, para ter o apoio deles e da irmã, mas o sofrimento parece não ter fim. Aos pouquinhos, porém, ela vai se reerguendo. É nesse momento que ela reencontra Sam, um antigo colega, que trabalhava na livraria da família Blair. Eles se aproximam e iniciam um relacionamento. Emma, enfim, acredita ser capaz de se abrir novamente para o amor e, mais de três anos após a morte de Jesse, ela fica noiva de Sam. Então, chega a notícia bombástica: Jesse está vivo! É aí que Emma se vê dividida entre seus Amor(es) verdadeiro(s).

Narrado pela protagonista Emma, o livro consegue chamar a nossa atenção desde, literalmente, a primeira frase. Dá uma espiadinha:: 

"Eu estava terminando de jantar com a minha família e com o meu noivo quando meu marido de repente me liga."

Ou seja, já no prólogo, recebemos a informação de que Jesse está vivo. A história, portanto, começa na atualidade e, nos capítulos seguintes, recorre a flashbacks. Primeiro, somos levados à adolescência de Emma, que nos conta como conheceu e se apaixonou por Jesse. Depois, acompanhamos o seu intenso processo de luto. Por fim, vemos como ela consegue retomar a vida e se apaixonar novamente.

"Eu havia encontrado um homem que me entendia e me aceitava completamente, que tinha força suficiente para não se incomodar com o espaço no meu coração que guardei para o meu antigo amor." 

Essa estrutura é muito interessante porque permite que a gente conheça a personalidade dos personagens masculinos e saiba como nasceram e se consolidaram esses dois relacionamentos. Além disso, esse recurso de flashback nos permite entender o momento que Emma vivia quando se apaixonou por cada um. Isso é essencial para que os leitores se sintam tão divididos quanto ela, o que torna a experiência de leitura bastante imersiva. 

Além de romance, o livro tem bastante drama (acho que dá pra notar, né?). Alguns leitores podem achar certos momentos do livro cansativos ou repetitivos, como os que a Emma enfrenta o luto ou fica em dúvida sobre qual dos dois é o amor da sua vida, mas isso não ocorreu comigo. Eu entendi todas as dificuldades e os questionamentos da protagonista e me envolvi completamente com a história. Diria até que sofri quase tanto quanto ela.

Para mim, esse livro é 5 estrelas! Além de envolvente e emocionante, a história nos deixa belas lições sobre amor, amadurecimento e transformação. Será que daqui a cinco anos você será a mesma pessoa que é hoje? Isso é bom ou ruim? E, afinal, existe apenas um amor verdadeiro? Essas são algumas reflexões que poderão te acompanhar durante a leitura. 

"Não acho que um amor verdadeiro precise ser o único. Acho que amor verdadeiro significa amar de coração." 

Se você se interessou por esse livro, saiba que ele é só mais uma das obras perfeitas dessa autora. Por aqui, também somos fãs de Os sete maridos de Evelyn Hugo e Daisy Jones & The Six, todos escritos por Taylor Jenkins Reid. Confira nossas resenhas e até a próxima!

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sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Resenha: "Voto de Sangue" - Legado da Irmandade da Adaga Negra (J. R. Ward)

 

Tradução: Cristina Calderini Tognelli

Sinopse: No volume 2 do spin-off da IAN, a Irmandade da Adaga Negra continua a treinar os melhores recrutas para a batalha mortal contra a Sociedade Redutora.

Entre os trainees do programa, Axe se revela um lutador perigoso e esperto – e também solitário, isolado por causa de uma tragédia pessoal. E, quando uma fêmea aristocrata precisa de um guarda-costas, Axe aceita o trabalho, embora esteja despreparado para a atração violenta que se acende entre ele e aquela a quem jura proteger.

Elise perdeu a prima num assassinato terrível, e o charme perigoso de Axe, o guarda-costas contratado por seu pai, é incrivelmente sedutor – e talvez funcione como distração do luto. No entanto, conforme investigam mais a morte da prima, e a atração física entre ambos se intensifica, Axe teme que os segredos dele e sua consciência torturada acabem afastando-os.

Enquanto isso, Rhage, o Irmão com mais sensibilidade, sabe tudo sobre autopunição, e quer ajudar Axe a atingir todo o seu potencial. Contudo, uma visita inesperada ameaça sua família, e ele se vê mais uma vez nas trincheiras lutando contra um destino que poderá destruir o que lhe é mais valioso.

Tanto as tribulações enfrentadas por Axe como as de Rhage vão exigir que os machos superem seus limites – e rezem para que o amor, em vez da raiva, seja as lanternas de ambos na escuridão.


Por Jayne Cordeiro: Esse não livro não é recente, mas só agora tive a chance de ler ele, então trouxe a resenha aqui para vocês. "Voto de Sangue" é o segundo livro da série "O Legado da Irmandade da Adaga Negra", um spin-off na série principal, que já conta com quase vinte livros. Eu recomendo que você tenha lido a série toda antes de chegar aqui, e tenha atenção para a ordem de lançamento, para seguir a ordem correta de leitura. Isso porque além de trazer o casal principal, sendo um dos pares, um jovem vampiro em treinamento para fazer parte da Irmandade, ele trás como história secundário algum casal, já estabelecido na história. Então ler a série principal e ignorar essa, ou ao contrário, pode fazer você perder alguns fatos importantes.

Eu gostei bastante do casal principal. Axe tem um complexo de vira lata, sempre menosprezando os membros da Glymera (aristocracia), e ainda tendo de lidar com a falta de dinheiro, e seus problemas com  o abandono da mãe e tristeza do pai. Elise vem de uma família rica e tradicional, mas ela não quer viver nesse mundo glamoroso. Além de sofrer com a recente morte da prima. Os dois parecem muito diferentes no primeiro olhar, mas a atração entre eles é imediata e difícil de resistir. Foi bem interessante a forma como o relacionamento deles se desenvolveu, e adoro a dinâmica da relação entre machos e fêmeas, dentro desse universo da autora.

A história trás um conjunto envolvente de ação, com momento descontraídos e romance quente e atraente. Somando a isso também os personagens secundários, já dando um gostinho do próximo livro, e com um enredo bem dramático sobre Rhage, Mary e Bitty, que conhecemos em um livro anterior. Mary e Rhage são um dos meus casais favoritos, junto com Butch e Marissa, então não houve uma parte desse livro que não me atraiu. Me emocionei muito vendo Rhage e Mary virando uma família com a Bitty, e os medos que todos os envolvido passam durante um processo de adoção. Este livro é um ótimo acréscimo a série, e não pode deixar de ser lido por quem é fã desse universo maravilho que é IAN.



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terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Resenha: "Nove Regras a ignorar antes de se apaixonar" (Sarah MacLean)

 

Tradução: Fabiana Colasanti

Sinopse: A sonhadora Calpúrnia Hartwell sempre fez tudo exatamente como se espera de uma dama. Ainda assim, dez anos depois de ser apresentada à sociedade, ela continua solteira e assistindo sentada enquanto as jovens se divertem nos bailes. Callie trocaria qualquer coisa por uma vida de prazeres.

E por que não se arriscar se, aos 28 anos, ela já passou da idade de procurar o príncipe encantado, nunca foi uma beldade e sua reputação já não lhe fará a menor diferença? Sem nada a perder, a moça resolve listar as nove regras sociais que mais deseja quebrar, como beijar alguém apaixonadamente, fumar charuto, beber uísque, jogar em um clube para cavalheiros e dançar todas as músicas de um baile. E depois começa a quebrá-las de fato.

Mas desafiar as convenções pode ser muito mais interessante em boa companhia, principalmente se for uma que saiba tudo sobre quebrar regras. E quem melhor que Gabriel St. John, o marquês de Ralston, para acompanhá-la? Afinal, além de charmoso e devastadoramente lindo, ele é um dos mais notórios libertinos de Londres.

Contudo, passar tanto tempo na companhia dele pode ser perigoso. Há anos Callie sonha com Gabriel e, se não tiver cuidado, pode acabar quebrando a regra mais importante de todas – a que diz que aqueles que buscam o prazer não devem se apaixonar perdidamente.

Com um texto leve, inteligente e sensual, Nove regras a ignorar antes de se apaixonar levou Sarah MacLean às listas de mais vendidos e foi escolhido um dos dez melhores romances de época do ano pela Publishers Weekly em seu lançamento.


Por Jayne Cordeiro: Este é o primeiro livro da trilogia "Números do Amor", que não é uma série recente, mas que tive a chance de ler agora. Já tinha lido outra trilogia dela, e tinha adorado. E essa série aqui, já começou muito boa. A mocinha, Callie, é de uma boa família, mas acabou uma solteirona, e com uma péssima autoestima. E sentindo que não fez nada de sua vida, decide cumprir uma lista de desejos, que podem muito bem ser sua perdição na alta sociedade. E é aí que entra Gabriel, um marquês que acaba contribuindo com essa lista em troca da ajuda de Callie, para ajudar usa irmã recém chegada.

Callie é uma jovem muito simpática, mas que sofre com os comentários da familia e conhecidos, por não ter se casado. Ela decide deixar de ser tão passiva com a vida, e viver grandes aventuras. Eu gostei muito dessa protagonista. Ela é doce, companheira, atenciosa, com um bom coração. É aquele tipo de pessoa que parece submissa, mas que quando preciso, pode aflorar como alguém que reage. Gabriel, é o tipico libertino, com uma grande fama, e que devido ao passado de seus pais, decidiu nunca se apaixonar. 

Mas é claro que as coisas nunca seguem como nossos libertinos gostariam. O livro é muito envolvente, com os diálogos e interações entre os mocinhos, nos mantendo grudados na leitura. Os personagens secundários, como os irmãos de Gabriel e a irmã e criada de Callie. É uma história gostosa de acompanhar, com momentos divertidos, dramáticos, e recheado de romance. Ele segue bem dinâmico, mas não surpreende muito com a história. Não no sentido de ser ruim, mas porque já havia algumas coisas que eu esperava que acontecesse, e foi bem assim. De qualquer forma, eu li bem rápido e fiquei muito curiosa para ler os outros livros da série, que são com Nick e Juliana, os irmãos de Gabriel.


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Ana Liberato