Tradução: Debora Landsberg
Sinopse: Gilbert Markham está intrigado com Helen Graham, a bela e misteriosa mulher que acabou de se mudar para Wildfell Hall com o filho e sem o marido. Gilbert é rápido em oferecer amizade, mas, quando o comportamento recluso da inquilina começa a ser motivo de fofoca na cidade, ele se pergunta o que mais pode haver na história daquela família.
Por Jayne Cordeiro: "A inquilina de Wildfell Hall" foi o segundo e último romance, publicado pela Anne Brontë, a irmã mais nova, e menos conhecida, entre as escritoras da família. Suas irmãs são conhecidas pelos romances "Jane Eyre" e " Morro dos Ventos Uivantes". Neste livro da Anne, conhecemos o jovem Gilbert, um rapaz com posses, mas simples, que vive no interior da Inglaterra, e que está contando para um amigo, através de cartas, uma história de sua vida. É através dele que conhecemos Helen Graham, uma viúva que vai morar com filho pequeno em Wildfell Hall, e que não faz muita questão de socializar com a pequena comunidade do local.
O mistério envolvendo sua história levanta suspeitas em todos, e acaba atraindo a atenção de Gilbert, que se aproxima da jovem viúva. Para que ele entenda sua situação, Helen lhe entrega seu diário, para que ele entenda como ela chegou aquele lugar, e porque seus caminhos podem não se entrelaçar.
Apesar de ser uma fã de "Jane Eyre" e "Morro dos Ventos Uivantes", nunca tinha lido nada da Anne Brontë antes, mas recentemente tive essa chance, e me surpreendi bastante. Para mim, esse livro tem uma pegada menos romântica do que os outros, mas ainda assim tem uma história muito envolvente, e retrata temas bem incomuns para a época, o que provocou muitos comentários, no período em que foi lançado. O livro já interessante por trazer dois períodos, narrados por personagens diferentes, Gilbert e Helen. Gilbert é um jovem que se apaixona por Helen, apesar dos cometários e do fato de ela ser viúva. Mas apesar de parecer atender a seus sentimentos, Helen é taxativa em não se envolver, e através de seus relatos, ficamos sabendo o porquê.
Este livro é considerado um dos primeiros livros feministas da época, por trazer uma protagonista que sabe se impor perante seu marido, e que toma decisões pensando no seu próprio bem estar. Além de trazer temas como alcoolismo e suas consequências, infidelidade, depravação e uma mulher quebrando regras sociais. Apesar de achar Helen boazinha demais, com quem não merecia, em alguns momentos, adorei seu posicionamento na hora em que as coisas chegavam a determinado limite. Uma personagem na era vitoriana que não deixava de falar seus pensamentos e ser firma no que achava correto.
Apesar de ter determinados pontos agridoces, o livro tem o final que imagino satisfazer a todos os leitores, pelo menos eu fiquei bem feliz com o final, e me espantei, como consegui acabar essa leitura rápida, apesar de ser um estilo livro que se deve ter muito atenção na leitura. Essa edição ainda conta com um prefácio de um especialista, falado sobre a obra e suas influências, e um comentário da própria autora, que imagino tenha sido publicado nas edições seguintes, após seu lançamento.
Anne Brontë se mostra tão digna de sua reputação através do tempo, como qualquer uma de suas irmãs, e para quem gosta de um bom clássico inglês, esse livro tem que fazer parte da sua leitura, e da sua estante também.
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