quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

Resenha: "Família de mentirosos" (E. Lockhart)


Tradução: Flávia Souto Maior

Sinopse: Descubra o que aconteceu vinte e sete anos antes dos eventos narrados em Mentirosos, com uma narrativa igualmente viciante, trágica e envolta em mistérios.

Não é fácil para Carrie ser a principal herdeira da família e carregar todas as expectativas que vêm junto com seu sobrenome. Para ser uma Sinclair perfeita, ela não deveria demonstrar emoções ― nem mesmo o sofrimento profundo pela morte recente de sua irmã caçula. Para ser uma Sinclair perfeita, deveria se submeter à cirurgia na mandíbula que seus pais insistem que ela faça, mesmo que isso lhe renda dolorosas semanas de recuperação ― e um vício em analgésicos.

No verão de seus dezessete anos, a família vai para Beechwood, a ilha particular onde sempre passa as férias. Mas, dessa vez, há algo de diferente: entre os visitantes da ilha está Pfeff, um garoto que mexe com os sentimentos de Carrie. Mas esse relacionamento está longe de ser um conto de fadas ― e essa história dificilmente vai acabar em um “felizes para sempre”.

Por Stephanie: Eu sou uma defensora de Mentirosos. Na época do lançamento, li e amei demais, fiquei mega surpresa com as reviravoltas e panfletei horrores a leitura. Portanto, obviamente fiquei super animada quando soube do lançamento de Família de mentirosos, um prequel da história que tanto me marcou há quase dez anos. Apesar de ter achado que a autora não perdeu totalmente a mão da escrita, sinto dizer que as minhas expectativas possam ter estragado um pouco a minha experiência ao ler esse lançamento.

O livro nos apresenta uma geração anterior àquela que conhecemos em Mentirosos. Vamos acompanhar um novo grupo de adolescentes passando um verão na ilha majestosa da família Sinclair, cercada de tudo de melhor que o dinheiro pode oferecer.

Eu não me incomodei e nem achei difícil acompanhar esse novo grupo de personagens; na verdade, achei todos até interessantes e verossímeis. Carrie, nossa protagonista, às vezes irrita um pouco, mas nada fora do normal para uma adolescente rica.

Pfeff é o mocinho típico de livros YA, bem rebelde sem causa. Ele me deu nos nervos um pouco, principalmente em uma certa cena que desencadeia acontecimentos mais dramáticos, mas, fora isso, não me surpreendeu.

Um ponto interessante do livro é a inclusão, ainda que mínima, de representatividade. Gostei de ver um esforço da parte de Lockhart e não ficou soando como algo forçado ou que estava ali apenas para cumprir uma cota.

Agora, o que mais me desagradou na obra foi definitivamente o desenvolvimento do meio para o final. Assim como em Mentirosos, há um mistério a ser desvendado, e os caminhos que a autora escolheu para seguir me soaram muito parecidos com os do livro anterior. Não estou dizendo que os acontecimentos se parecem, e sim que o rumo das situações se assemelha, deixando tudo bastante previsível (e se tem uma coisa que Mentirosos não foi pra mim, é previsível).

Por fim, acabei achando Família de mentirosos um livro morno. Tinha muito potencial, mas foi desperdiçado pela previsibilidade. Gostaria apenas de deixar um alerta: não leia esse livro sem antes ler Mentirosos, pois ele conta o final da história! A própria autora dá esse conselho nas primeiras páginas, mas é bom reforçar.

Até a próxima, pessoal!


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Ana Liberato