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segunda-feira, 6 de maio de 2019

Resenha: "Não Tá Fácil Pra Ninguém" (Andrew Tsyaston)


Tradução de Lígia Azevedo

Por Kleris: Prepare-se para uma avalanche de exclamações.

SIM
TOTALMENTE
ISSO MESMO
DESSE JEITO
HAHAHAHAHA
EU
EUZINHA (O)
EU MESMA (O)
MEL DELS
RISOS NERVOSOS
REAL
MUITO
MUITO REAL



Não Tá Fácil Pra Ninguém é um livro de humor em quadrinhos sobre nossas impressões enquanto levamos porradas da Vida, grande personagem que não deixa nada escapar. As vivências aqui em destaque envolvem vulnerabilidade, saúde mental e autoestima, principalmente em relação ao início da vida adulta.


Andrew trabalha diversos contextos através de alegorias – figuras que representam pensamentos, ideias e qualidades. Além de Vida, encontramos Raiva, Tristeza, Emoção, Lógica, Otimismo, Pessimismo e outros acompanhantes tão incômodos e tresloucados quanto. É quase impossível você não se ver nesse balaio de feels, chorando de rir e rindo pra não chorar.

 

 

 

 

Até então, não estava familiarizada com o trabalho de Tsyaston. Quem conhece os quadrinhos da Sarah Andersen (reveja resenhas aqui), lembra dela de imediato ao passar das páginas, pois são temas e abordagens muito afins. Ambos pautam o comportamento humano e uma reflexão (cômica) sobre eles.

 

 

 

Enquanto Sarah retrata mais o universo feminino, Andrew nos situa do universo masculino, e em várias instâncias, as impressões e questionamentos são as mesmas. Não me admiraria em ver uma parceria entre eles no futuro.

Um dos méritos de Andrew é também trazer situações e impressões sobre a masculinidade tóxica, pauta tão relevante quanto o feminismo nos quadrinhos da Sarah. A simplicidade com que coloca o tópico no ar, por vezes de modo aleatório, mostra como o tema está entrando devagar no meio masculino e se faz cada vez mais necessário.

 

 


Por mais simples que pareçam ser, as ilustrações de Andrew revelam adversidades que por muito tempo nos ensinaram a lidar de maneira errada. A sociedade aqui se vê cristalizada em Vida, que parece tentar nos derrubar e ter gosto de nos derrubar o tempo todo. Mas esse olhar crítico e cagado já não tem mais vez na nossa geração, não como dominava até um tempo atrás. É bom ver cada vez mais pessoas abraçando suas vulnerabilidades e tornando isso natural.

As ilustras de Andrew, assim, são altamente representativas e necessárias. Além de escancarar as problemáticas, nos convidam para boas investigações do pensamento:

Quando acho que já estou livre de expectativas e guardar sensações, eis que velhos hábitos ressurgem sem eu nem perceber.

Já aprendi muito sobre vulnerabilidade e ainda assim, nem sempre parece o bastante.

Eu quando saí da caixinha rs

Algo errado não está certo.

Sentar e fazer o que você quer fazer. Ok. Mas e as outras coisas que você tem pra fazer? 
Prioridades primeiro, certo? Mas, hm, o que é prioridade agora?

Melhor ilustração de todas?! Eu sou o otimista tentando não escorregar no pessimista. 
Daí lembro de Divertidamente e que a tristeza faz parte, tem seu papel. 

Acho que tô precisando de uns hambúrgueres. Tô precisando assumir que tô precisando. 
Todos precisamos precisar.

Desculpa, mundo, precisei.

Nunca fui tão bem representada.

Tá explicado muita coisa.

FINALMENTE UM RECONHECIMENTO

Em particular, o que Andrew me mostrou é que o chamado “lerigou” (a arte de “deixar ir”) é uma das coisas mais difíceis e ainda assim uma das mais cruciais da vida. E que equilibrar o todo é uma expectativa por vezes irreal, que mais nos bagunça do que as problemáticas que enfrentamos no dia a dia propriamente.

Entre brincadeiras e papos sérios, Andrew suscita importantes lições – o final que o diga. Fato é que não tá fácil pra ninguém. Mesmo. Mas nem por isso a gente deixa de tentar um pouquinho mais cada novo dia.

RECOMENDO!
Até a próxima o/


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segunda-feira, 25 de março de 2019

Resenha: “Dose de Quinta - O livro” (Bruno Magno)

Por Kleris: Adoro um livro de crônicas quando tô bloqueada nas leituras – crônicas salvam vidas, gente! Dose de Quinta estava na estante tem um tempão tempinho, e se você também é de vibes, vai entender o que é esperar pelo momento certo. Coloquei o DQ num desafio de leitura (você pode conferir aqui) e foi de um respiro muito bom. 
Sabe quando um cientista erra uma das substâncias e acaba criando algo mágico? Às vezes o nosso maior acerto é apenas errar na hora certa.

Pra quem não conhece, o Dose de Quinta começou como blog, com grande atuação no instagram. A ideia era de postar “textos de quinta” e todas as quintas-feiras – coisa que rola até hoje (acompanhe  aqui). O Bruno é de São Luís, minha cidade, e atua em diversos projetos culturais. Acredito que seu livro é um dos mais conhecidos por aqui. 
Foi, então, que eu entreguei você a Deus, para, finalmente, conseguir lhe dizer adeus. 
Você simplesmente coleciona os momentos bons e volta e meia os revive em segredo, porque eles realmente valeram a pena.



Com textos nada pretensiosos, mas nem por todo de “quinta categoria”, o livro é o que nasceu pra ser – falar com simplicidade de como a banda toca quando se trata de amor. Temos desabafos honestos, melindres, idealizações e “fics” que acometem os apaixonados – ou os românticos, como diz. O ar, como fica sugerido pela ideia do DQ, é de tomar doses de amor. 




Escrever para você esse adeus, me fez entender que existe um espaço reservado no peito, só para guardar as relíquias. 
Dar gelo para provocar saudades pode parecer tentador, mas é assinar um atestado de óbito. Esse coração é um verão jamais visto, pede calor e jamais, frio. 
Estou precisando de alguém que me convença a banhar na chuva, e a não pensar que isso pode me render uma boa gripe no dia seguinte.

São pouco mais de 50 crônicas, textos bem rapidinhos, todos em diferentes fases de relacionamentos, tal qual a gente se encontra no mundo – todo mundo no seu tempo, no seu espaço, sem que ninguém precise estar em sintonia. 
Não sei se digo que te amo agora ou espero mais um pouco. É muito cedo pra dizer isso? Há tempo certo? [...] Talvez, o mais importante seja viver e não descobrir. 
Servi para você se sentir servido, mas só isso pra mim não serve.

Tem hora que parece que estamos em diversas cabeças, como quando a gente assiste variadas séries duma vez e acompanha o desenrolar daqueles relacionamentos todos. A propósito, acho que encontrei cartas da Robin e do Ted de How I Met Your Mother haha 
A verdade é que você não é obrigado a encontrar ninguém, assim como ninguém é obrigado a encontrar você. 
Você apoderou o amor, colocando-o num arquétipo que não lhe cabe. Laços líquidos e nós frouxos amarram essa fantasia de que você está amando (ou é amado). 
Saudade é como fermento. 
É estranho olhar distante quem já foi de dentro. E mais estranho ainda é saber que somos estranhos, mesmo nos conhecendo tanto.

Vontade também não me faltou de chegar em algumas pessoinhas e dizer um “lerigou, my friend” ou um “que tal conversar isso com uma terapeuta e investigar essas sabotagens todas? Vai ser ótimo!” – mas é aquele lance: a gente respeita o que o outro tá sentindo. Daí rola uns textos bem autoconsciência que dão uma folga dos “muito idealizadores”. 
Mas só insista em derreter um coração gelado se a sua intenção é mantê-lo aquecido. 
Você merece muito mais. E eu vou continuar aqui, amando-a mais do que você se ama. Esperando, enfim, o dia em que vai parar de querer o que já tem e vai desejar o que já possui.

Magno traz uma escrita de quem está se lançando, tateando as palavras, descobrindo seu ritmo. Então você pode encontrar uns textos um pouco incertos, mais crus, que, na real, é a intenção do livro.

O livro é totalmente independente – sem intervenção de editora – e nem por isso deixa a desejar na edição, que, aliás, é linda, toda trabalhada na ideia de um bar, onde você vai, senta e toma. Melhor menu/índice de pedidos. Ao fim, Magno deixa a sugestão de que vai ter outro livríneo. Será?



Aos traços de poesia, jogos de palavras, drops de respiro e pequenas doses, dá pra ler num sopro, dá pra ler em doses homeopáticas. É ideal para você que busca algo breve e leve, suave na nave. Só garanta suas bandeirinhas pra marcar as páginas, porque livro de crônicas não é livro de crônicas sem você guardar umas palavras pra vida. 


O que eu não digo é mais forte do que qualquer palavra. [...] Eu escrevo pra que você sorria, pra que você chore, pra que você sinta que as mesmas palavras que podem ferir, também podem curar. Eu escrevo pra que você leia sobre amor, pra que você sinta e se lembre do que passou.

Não sei como o livro está de tiragem, mas se você tiver interesse pode contatar o Bruno lá no @dosedequinta. Deixo aqui meu recomendo :) 
É que nós fazemos planos. E, na maioria das vezes, eles dão errados.

Até a próxima!

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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Resenha: “A Sutil Arte de Ligar o Foda-se” (Mark Manson)

Tradução: Joana Faro

Por Kleris: Sabe aquelas conversas de bar que parece não dizer muita coisa, mas, entre um gole e outro, o lance faz muito sentido? O interlocutor nem é lá uma figura muito confiável, mas de repente tem um bom papo? Este é Mark Manson, que é ousado caso em contar sua “revolucionária” percepção sobre a vida e autodesenvolvimento, mas, lá e cá, força a barra nessa desconstrução. 
Os conselhos de vida mais comuns na verdade se concentram no que não temos. Eles miram direto no que já vemos como falhas e fracassos pessoais, só para torná-los ainda piores aos nossos olhos.

Mark nos fala sobre saúde mental, padrão, comportamento, quebra de impressões e algumas internalizações; fala sobre ir na raiz da questão quando se trata de ver quem somos e o que estamos fazendo no mundo. Ao começo, parece o Cortella em “Por que fazemos o que fazemos?” (reveja resenha aqui), investigando e desmitificando historietas que são exaltadas pelo senso comum. 
Tudo o que vale a pena na vida só é obtido ao superar o sentimento negativo associado a ele. 
Nossa dor e tristeza não são uma falha da evolução humana. Pelo contrário: são um recurso essencial dela.

Até a metade do livro você tá lá dizendo “cara, é isso mesmo”, embasbacada por todo o discurso estar fazendo muito sentido, mesmo de quem vem e como vem. Daí, da metade pro final, o autor se perde e se arrasta; senti falta de uma conclusão, algo que sustentasse mais sua proposta quanto a ligar o foda-se. Até porque a gente sai desse livro meio nauseada, tentando entender esse embrulho de informações, que ora faz muito sentido, ora tá muito “QUÊ?” – principalmente no capítulo que relaciona memória e vítimas de abuso, que é de um p* no c* tremendo.

A grande questão do livro é sua abordagem. A “arte de ligar o foda-se” é sim uma arte libertadora que nos leva a uma visão mais honesta da vida, porém, o modo com que Mark guia essa conversa é um tanto problemático. Ele vai jogando e jogando ideias, e em dado momento parece que estamos no meio de um tiroteio sem saber como fomos parar lá. Parece que ele tá gritando o tempo todo e precisa se reafirmar que não é um canalha sendo um canalha.

Acho que o que mais me incomodou foi a falta de empatia em suas narrativas. “Foda-se, é como me sinto” pode ser uma explicação, mas não quer dizer que eu deva aceitar esse argumento por completo. Não é uma abordagem que funciona comigo. E isso me fez pensar com quem funcionaria. 
A autoconsciência é uma cebola: cheia de camadas, e quanto mais você descasca, mais provável é que comece a chorar em momentos inadequados.

O que Mark traz em seu livro eu já estava familiarizada a partir dos livros da Brené Brown – sou, aliás, fã e adepta (reveja resenhas aqui) – e você já deve ter visto em alguns canais populares como da Jout Jout. Mas nem todo mundo consegue acompanhar ou estar aberto ao papo da vulnerabilidade (o que é compreensível), porque vai contra 90% do que a sociedade nos repassa. 
Grande parte do mercado autoajuda se sustenta em vender euforia em vez de ensinar as pessoas a resolver problemas legítimos. Muitos gurus ensinam novas formas de negação e enchem o público de exercícios que causam bem-estar a curto prazo, mas ignoram a raiz do problema. 
Eu não era apaixonado pela luta, e sim pela vitória. E a vida não funciona assim. Você é definido pelas batalhas que está disposto a lutar.

A sensação que dá é que Mark pega o grosso dos livros da Brené e joga na nossa cara dizendo “Não entendeu, porra? É isso, ISSO e isso”. Não sei dizer se ele realmente bebeu dessa fonte, mas a impressão é que essa sutil arte é “vulnerabilidade para inquietos”. Ou melhor, Brené para inquietos. 
Sabe quem baseia a vida nas emoções? Crianças de três anos. Cachorros. Sabem o que mais crianças de três anos e cachorros fazem? Cagam no tapete. 
O sofrimento é um fio inextricável que compõe o tecido da vida, e arrancá-lo não só é impossível como também é destrutivo: tentar desmantela todo o resto.

Outra coisa interessante é que o livro termina por tocar na questão de masculinidade e as vulnerabilidades quase inacessíveis dos homens, tópico esse que é um dos tabus mais abafados do mundo. Neste cenário, a sutil arte de Mark é uma bela introdução, pois populariza conceitos sobre relacionamentos saudáveis, nem que seja na base da pistolagem. É como funciona para alguns homens, afinal. E principalmente para homens que só validam a opinião de outros homens. 
Ligar o foda-se é encarar os desafios mais assustadores e mais difíceis da vida e agir. 
Se você deseja mudar a forma de ver os problemas, precisa mudar seus valores e/ou sua forma de medir sucessos e fracassos.

Se você também ficou um pouco perdida nesse tiroteio de Mark, sugiro que busque pelos livros da Brené para compreender melhor do assunto. Aí sim posso dizer: vai iluminar de um tudo na tua vida – e sem precisar de gritaria, só de abraços. 
Não espere por uma vida sem problemas – continuou o Panda. – Isso não existe. Em vez disso, torça por uma vida cheia de problemas pequenos. 
A tecnologia resolveu antigos problemas econômicos, mas nos trouxe novos problemas psicológicos. A internet não apenas disponibilizou informação para todos – ela fez o mesmo com a insegurança, a incerteza e a vergonha.



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sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Resenha: “Amor próprio” (Camyla Silva)


Por Kleris: Tem um tempo que procurava uma leitura mais relax para uma temporada de ressacas e esse livro, em sua simplicidade, foi determinante para um descanso. Me chamou atenção pelo título e pelas temáticas que a sinopse entregava, embora a capa fosse um pouco contrastante (uma pessoa que demonstra uma “beleza padrão”).

A trama conta a trajetória de vida de Maria Alice, uma garota que passa pelas problemáticas da vida sempre se colocando por último ou não se sentindo suficiente, uma insegurança natural que todos temos. A sinopse apresenta a ideia de pessoas tóxicas, mas não as vi. Pessoas babacas, sim. Pessoas que tiravam proveito e iam embora, mas não seguravam a personagem em relações abusivas (talvez uma personagem, mas tenho algumas dúvidas). 
Letícia. Marisa. Papai.
Para mim, eram como personagens, criaturas distantes e fictícias das quais eu só ouvia falar. 
Sentia-me uma estranha dentro do meu próprio quarto. 
O que esperar de alguém que não te conhece e resolve comprar uma roupa pra você? Um desastre!

Vi também (muita) competição feminina e estereótipos de “vilões”, predominando bastante a ideia de maniqueísmos – ou a pessoa é muito boa, ou a pessoa é muito maldosa. O quanto tinha de pessoas ruins, tinha de pessoas boas ao redor da personagem. 
— Mas você ainda não disse, Alice, você quer ir ou não? 
E eu tinha escolha?

Levada pelas memórias de Alice, não vi um conflito claro na história, apesar das sugestões na sinopse e no próprio título. A personagem não passa a se amar pelo que é ou pelo que tem. Aliás, ela até passa por uma transformação pra se adequar a um padrão, que dizem ser o sonho dela. Ela, literalmente, ganha outra identidade. Ao meu ver, ficavam a questões: Ela queria isso? De verdade? Ou novamente atropelaram suas vontades impondo outras? E sem essa pessoa ou essa oportunidade, ela estaria satisfeita consigo mesma? Onde estavam realmente seus maiores desejos?

Me pareceu que todo o amor sempre dependia de algo ou alguém, menos dela própria, e esse amor resolvia as coisas. Em dados momentos, até lembra um pouco a história da Cinderela – a falta de um pai, duas irmãs detestáveis e um príncipe para torná-la a princesa que “nasceu pra ser”. O momento da extreme makeover, por exemplo, é uma tortura para a personagem, ela mesma não se vê ali, mas se outra pessoa diz que é bom para ela, ela aceita e acredita que aquele é o padrão para se definir. E não é essa a mensagem do amor próprio, da compaixão, empatia ou mesmo do empoderamento. 
Havia entendido a estratégia de Stela e Peter, eles tinham criado a minha identidade, eu estava feliz com o resultado; sentia-me orgulhosa. [...] Não eram apenas as mudanças na minha aparência. Meus cabelos, minhas roupas, eram diferentes, mas não só isso, eu me sentia diferente. 
— Nunca mais repete isso, Darling. Você sabe muito bem que imagem é tudo.
Revirei os olhos, sim eu sabia, tinha que me acostumar com isso.

Por outro lado, Camila tem boa escrita, que te leva fácil e te deixa curiosa pelos fatos. Tem potencial. Leria algo seu novamente. 
— Sejam quais forem suas escolhas, brilhe. Você é iluminada, menina!
Iluminada.
Nunca tinha ouvido algo assim.

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segunda-feira, 16 de julho de 2018

Resenha: O Livro do Bem – Gratidão (Ariane Freitas & Jessica Grecco)


Conheça as Indiretas do Bem

Por Kleris: Quando o livro chegou, eu não estava tendo uma boa semana (ou mês!). Tinha passado mal por alguma virose por uns dias, o que interferiu no meu sono, também estava chateada com algumas pessoas, enquanto tinha que conviver com outras estava metralhando negatividade pra todo lado. Meu rendimento caiu consideravelmente, minhas atividades estavam acumulando e isso tudo gerava muita culpa. Cansaço, frustração, mágoas e bads eram tudo que eu tinha. Como poderia ser ou estar grata?

Este é um livro especial, porque é sobre uma prática que vai mudar sua vida: a gratidão. É oportunidade de aprender a se conectar melhor com o mundo exterior e desenvolver sua atenção e sua respiração para que sua vida se torne mais leve. É, também, a chance de olhar com mais carinho para os momentos da sua vida e perceber o quanto ela é incrível – ainda que você, muitas vezes, deixe isso passar batido.

Este é um livro sobre tudo o que você sente e como reage a cada acontecimento vivido. E ele só estará pronto quando você preenchê-lo com sua rotina e as suas verdades. Será que você tem vivenciado a gratidão – não a palavra bonita, conhecida e adorada por tantas pessoas –, o sentimento real?

Pois é, fiquei apreensiva logo de cara, mas a curiosidade falou mais alto (ainda bem!). Baixei minhas expectativas, abri o livro. Quando dei conta, já estava imersa nas atividades. Até fiz umas dobraduras de origami! Pensei: é um livro de pequenos exercícios diários, então tenho que fazê-las mesmo que só pra experimentar e ver no que vai dar. Só fazer conforme vierem.



Engana-se quem acha que gratidão é sinônimo de felicidade e que para desfrutar dessa gratidão, é preciso estar no seu melhor momento. A proposta do #livrodagratidão é justamente desconstruir essa ideia e trazer o melhor de nós, de dentro pra fora. Como? Nos colocando a aceitar as sensações, validá-las e praticar o dinamismo das emoções, colocando tudo isso em perspectiva. É o que se poderia chamar de um potinho de sentimentos para os bons e maus dias, um potinho particular de amor que faz a gente se sentir bem com a gente mesmo e com o que possui.


A propósito, separe seu lápis, borracha, e ative o “modo busca” no departamento das memórias, que você vai precisar!

Mais que um livro de exercícios, o livro da gratidão é um livro de aprendizados – rápidos, diretos, incisivos. Ele só pede um pouquinho de atenção por dia, para te acompanhar por todo o ano (!) e retrabalhar nossas percepções (interior e exterior) das coisas (de si e do mundo). Quem curte escrever – e escrever em agendas/planners – vai curtir bastante, pois a maioria das atividades envolve escrita e autoconsciência. Se você é fã ou não de livros interativos, não importa na verdade, pois a proposta do livro não é testar conhecimentos, nem testar nossas resistências ou fazer anotações pela simples anotação. É mais voltado para você reconquistar a si mesmo; um resgate necessário.


Há, por exemplo, exercícios que listam nossos valores, qualidades, armaduras emocionais, coisas que gostamos... São coisas que na correria do dia a dia e no detrimento de nossos sentimentos, vamos deixando pra lá, sem perceber o quanto fazem diferença para nossa energia vital. Há também variados exercícios de respiração (AMEI ESSA PARTE) para achar o seu ideal, origami, playlists do bem, mensagens e palavras do bem, que vão fazer diferença num despertar pós momento obscuro. Estou até reconsiderando fazer meditação...



Dá, aliás, pra aliar certinho com a terapia (se você faz) – algumas coisas cruzaram com a minha e outras eu já fazia, o que acredito que vá ajudar mais ainda se você tem dúvidas sobre procurar um profissional. Por via das dúvidas, é um livro que joga a corda pra te trazer pra cima, e é definitivamente um livro para ficar muito tempo na sua cabeceira.



A mistura dos conteúdos é maravilhosa, ao modo passo a passo com práticas fáceis, e acho que posso dizer que as definições de potinho de âncoras* estão atualizadas. Trata-se assim de uma experiência que, quando realizada com regularidade, só traz a paz, segurança e serenidade tão procurada no mundão de hoje. O que me faz lembrar os livros da Brené Brown, sobre se sentir capaz, suficiente e merecedor de amor. Aliás, uma das coisas mais incríveis desse livro é que ele reflete bem o perfil (do insta!) de se cuidar um tantinho por dia. Foi algo excelente por parte das autoras e da editora. E por isso mesmo, já quero a coleção completa do bem <3



A vocês, leitores, um último recado: só vão, abram o livro, e deixem a magia do amor-próprio, da compaixão, da gratidão, acontecer.

*âncoras – algo que você foca para se manter bem ou algo que você gosta te faz sentir bem e é mantido por perto. Auxilia durante a meditação ou processos de relaxamento.

Tenham todos uma boa jornada!

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Ana Liberato